No poupar é que está o ganho

São vários os desafios que nos últimos anos se têm posto às organizações empresariais e a gestão dos custos tem assumido uma importância cada vez maior nas estruturas.

Inês Trigueiros
6 de Janeiro de 2015

São vários os desafios que nos últimos anos se têm posto às organizações empresariais e a gestão dos custos tem assumido uma importância cada vez maior nas estruturas. De facto, nos últimos ano, na Europa, cerca de 90% das empresas conseguiram melhorar ligeiramente ou pelo menos manter os seus custos relativamente às vendas.

Nas PMEs as iniciativas empresariais nesta área estão mais direccionadas para a optimização de métodos e processos de gestão de custos já existentes, pelo que muitas vezes não atingem os resultados esperados.

Algumas das razões que podem explicar esta situação são:

  • falta de visão global
  • estratégias de curto prazo e reativas
  • falta de envolvimento e comunicação por parte de todos os níveis hierárquicos da organização
  • falha na avaliação, dificultando a medição das poupanças efectivadas
  • falha na implementação e monitorização. O acompanhamento constante para verificação do progresso e desvios é essencial

Para evitar estas armadilhas a abordagem deverá incluir uma metodologia forte com um número de passos que envolverão todos os departamentos da empresa e incluem:

  • Saber quem compra, o que é comprado, a que preço e com que frequência. Muitas vezes o topo da hierarquia desconhece os procedimentos que estão a ser utilizados e em muitos outros casos estes vão sendo alterados ao longo do tempo por determinados operadores sem conhecimento dos restantes
  • Estudar detalhadamente as necessidades, questionando todo o processo e o porquê da utilização e determinados produtos/serviços em detrimento de outros. O volume de compras é uma imagem verdadeira das necessidades da empresa? Estamos a comprar o que realmente é necessário ou apenas porque sempre foi assim?
  • Conhecer os mercados dos fornecedores: o conhecimento dos fornecedores disponíveis e dos serviços por eles prestados permite uma escolha que melhor se adequa às necessidades do cliente e ao melhor preço
  • Monitorizar a implementação. É necessário que a implementação das decisões seja efectuada com a maior brevidade mas afectando o menos possível a actividade normal das organizações. A monitorização ao longo do tempo irá permitir avaliar se as poupanças foram efectivamente concretizadas. Isso inclui a verificação das facturas para garantir que reflectem os preços acordados e para verificar a necessidade de algum ajustamento que possa surgir decorrente de alguma alteração no perfil de consumo
  • Seguimento e alterações: as medidas mencionadas possibilitam ajustamentos sempre que surjam discrepâncias, sem perda de tempo e dinheiro, de forma a atingir os objectivos de redução de custos.


Este longo trabalho de base é essencial para garantir os resultados esperados no início de um projecto desta natureza e garantir que os resultados não passem despercebidos.

Porém esta abordagem é muitas vezes negligenciada pelas empresas,  que concentram os seus esforços no seu negócio central e não possuem nem tempo nem recursos humanos para o fazer.

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