A MALDIÇÃO DO SUCESSO

Por que algumas empresas são capazes de prosperar em momentos de ruptura, surfando nas ondas da descontinuidade tecnológica e de mercado para superar e vencer seus concorrentes, enquanto outras vacilam ou caem no esquecimento?

Luís Augusto Lobão
4 de Agosto de 2015
Por que algumas empresas são capazes de prosperar em momentos de ruptura, surfando nas ondas da descontinuidade tecnológica e de mercado para superar e vencer seus concorrentes, enquanto outras vacilam ou caem no esquecimento? As mesmas forças sobre as quais o sucesso foi construído se transformam gradativamente em efeitos colaterais tóxicos. Em um ambiente de negócios em constante mudança, quem não consegue se ajustar perde a vez.
A autoconfiança excessiva ou mesmo a arrogância leva o executivos a assumir totalmente as decisões em suas áreas e a evitar o diálogo ou as decisões coletivas. Tudo isto prejudica a sensibilidade estratégica e dificulta o direcionamento para alcançar novas oportunidades.  Também é difícil prevenir-se contra ela, uma vez que o declínio é um processo vagaroso, mesmo líderes espertos e com boa-fé sucumbem ao encantamento com o sucesso passado e acabam sofrendo de miopia estratégica.
Outro fator que afeta organizações soberbas, é a negligência. Negligência é, por exemplo, manter-se em um modelo de negócio ultrapassado, negado que os sinais vitais do negócio já começaram a demonstrar problemas. Aumento do ciclo financeiro, advindo de práticas de aumento do tempo de pagamento dos clientes e dos estoques de consignação, erosão das margens, resultante dos descontos para ganhar os pedidos e a rotatividade dos cargos críticos, que são roubados pela concorrência. Isso costuma acontecer quando pessoas e organizações experimentam a euforia da vitória, mas raramente essas mesmas pessoas talentosas – geralmente os executivos principais das empresas – e organizações admiradas olham para trás, para rever todos os elementos de seu modelo de negócios e se perguntar se estão se aprimorando ou não. Uma das coisas mais importantes que uma empresa (ou uma pessoa) pode fazer é desenvolver uma mentalidade que admita que tudo pode ser melhorado, sempre.
A apatia (ou letargia) ocorre quando uma organização se envolve com uma cultura de conforto, confiança e muita informalidade. Quando as empresas atingem o sucesso, freqüentemente caem na armadilha do fomento de uma cultura de aposentadoria precoce, cujas características são, em geral, lentidão, decisões com base em consensos, ambigüidade e falta de comportamento agressivo. A cultura de uma empresa apática tem características nefastas. Uma organização apática e negligente teme mudanças. Quando as organizações ficam complexas, as suas tarefas ficam difíceis de serem executadas, a burocracia se generaliza e o medo na empresa em relação à mudança aumenta, até chegar ao ponto de provocar uma paralisia organizacional que impede que se mantenha a motivação para a implementação de novos projetos. Time que está ganhando, se mexe!!

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