E passado algum tempo é um monte de preocupações, de
prioridades em conflito, atrasos, respostas negativas, compromissos adiados, reuniões
sem resultados, tarefas atribuídas e não realizadas! Ufa! É quando se começa a
pensar o que está errado, afinal aquilo que eu tinha idealizado para ocorrer em
um ano vai demorar três!
Será que isto só acontece a alguns? Sim, a todos os que
empreendem! A todos os que se lançam na viagem de sair da sua zona de conforto.
Se há muito que pode ser feito ao nível da gestão,
planeamento, constituição e organização da equipa, também há um processo de
desenvolvimento pessoal que está associado à eficácia pessoal e à aprendizagem
em lidar com o stress.
Na Dale Carnegie® sabemos que o stress, até determinado
grau, provoca o aumento da atenção como resposta à ansiedade na generalidade
das pessoas, pelo que pode ajudar um empreendedor a construir o seu caminho.
Acredito que a motivação principal de quem resolve empreender não seja passar o
dia no sofá, logo será natural que procure o nível de stress que lhe desperta a
atenção.
Em grande parte dos inquéritos por nós realizados sobre
causas para o stress a primeira resposta é a falta de tempo. À saída dos nossos
cursos a resposta muda para “atitude pessoal”. A verdade é que uma hora é uma
hora e um dia é um dia e sobre isto não há nada a fazer. Mas a forma como lido
com os outros, como faço a gestão do tempo e como abordo a pressão está nas
minhas mãos. E isto é um percurso pessoal que pode ser desenvolvido usando
algumas técnicas básicas.
Escolha uma situação que, agora, o esteja a afligir. Faça
uma análise profunda do que pode correr mal. Força! Imagine o pior! E se
conseguir, ainda pior! Pense bem na situação e prepara-se para ela. Adapte-se,
veja como reagir na pior situação. Avalie as consequências desse pior cenário!
O mais provável é que não esteja perante uma situação que possa designar como
“será o fim do mundo”! Seja como for, já identificou de forma racional as
consequências. É provável que se sinta um pouco mais aliviado, dado que na
maior parte das situações estará perante um cenário que lhe parece ser
suportável. Vamos agora partir do pior cenário e mitiga-lo. O que pode ser feito
para reduzir o impacto? Ah! Teve uma ideia e vai agir. Espere! Analise
verdadeira e profundamente o que pode ser feito, não haverá algo que lhe
desagrada fazer e que se for feito pode ajudar? Quando estamos a treinar
pessoas no uso desta técnica, aconselhamos que escrevam as ações possíveis num
papel e que progressivamente as vão corrigindo e afinando. Experimente. ….
Agora já tem um plano de ação! Se realmente aplicou esta técnica, percebeu que
chegou ao fim não por uma razão analítica, mas sim porque sentiu-se diferente.
As sensações desagradáveis foram progressivamente mudando. Sente um reforço de
confiança porque já passou a dominar parcialmente a situação. Trouxe o stress
para o nível certo, o de impulsionar a ação. Agora sim, deve agir!
Desconfiado sobre a utilidade e eficácia destas técnicas?
Afinal não tem qualquer gráfico ou função matemática que suporte os passos do
processo! E claro, todos sabíamos isto! Na realidade saber estas técnicas é só
o primeiro passo para gerar hábitos. E só com estes gerados é que passamos a
dispor do “trigger” emocional que em situações semelhantes nos faz usar o
processo de abordagem descrito e outros semelhantes. Talvez por ajudarmos
pessoas a mudarem a sua atitude pessoal é que Warren Buffet quando entrevistado
sobre aprendizagem indica os cursos Dale Carnegie como aqueles que lhe foram
mais uteis. E dele, pelo menos os financeiros não desconfiam porque sabem que
só com grande domínio técnico do mundo da finança chegou onde chegou!