Empreendedores “stressados”!

No inicio é uma ideia, depois de vencer os medos é um projeto!

Luis Melo
1 de Julho de 2016

E passado algum tempo é um monte de preocupações, de prioridades em conflito, atrasos, respostas negativas, compromissos adiados, reuniões sem resultados, tarefas atribuídas e não realizadas! Ufa! É quando se começa a pensar o que está errado, afinal aquilo que eu tinha idealizado para ocorrer em um ano vai demorar três!

Será que isto só acontece a alguns? Sim, a todos os que empreendem! A todos os que se lançam na viagem de sair da sua zona de conforto.

Se há muito que pode ser feito ao nível da gestão, planeamento, constituição e organização da equipa, também há um processo de desenvolvimento pessoal que está associado à eficácia pessoal e à aprendizagem em lidar com o stress.

Na Dale Carnegie® sabemos que o stress, até determinado grau, provoca o aumento da atenção como resposta à ansiedade na generalidade das pessoas, pelo que pode ajudar um empreendedor a construir o seu caminho. Acredito que a motivação principal de quem resolve empreender não seja passar o dia no sofá, logo será natural que procure o nível de stress que lhe desperta a atenção.

Em grande parte dos inquéritos por nós realizados sobre causas para o stress a primeira resposta é a falta de tempo. À saída dos nossos cursos a resposta muda para “atitude pessoal”. A verdade é que uma hora é uma hora e um dia é um dia e sobre isto não há nada a fazer. Mas a forma como lido com os outros, como faço a gestão do tempo e como abordo a pressão está nas minhas mãos. E isto é um percurso pessoal que pode ser desenvolvido usando algumas técnicas básicas.

Escolha uma situação que, agora, o esteja a afligir. Faça uma análise profunda do que pode correr mal. Força! Imagine o pior! E se conseguir, ainda pior! Pense bem na situação e prepara-se para ela. Adapte-se, veja como reagir na pior situação. Avalie as consequências desse pior cenário! O mais provável é que não esteja perante uma situação que possa designar como “será o fim do mundo”! Seja como for, já identificou de forma racional as consequências. É provável que se sinta um pouco mais aliviado, dado que na maior parte das situações estará perante um cenário que lhe parece ser suportável. Vamos agora partir do pior cenário e mitiga-lo. O que pode ser feito para reduzir o impacto? Ah! Teve uma ideia e vai agir. Espere! Analise verdadeira e profundamente o que pode ser feito, não haverá algo que lhe desagrada fazer e que se for feito pode ajudar? Quando estamos a treinar pessoas no uso desta técnica, aconselhamos que escrevam as ações possíveis num papel e que progressivamente as vão corrigindo e afinando. Experimente. …. Agora já tem um plano de ação! Se realmente aplicou esta técnica, percebeu que chegou ao fim não por uma razão analítica, mas sim porque sentiu-se diferente. As sensações desagradáveis foram progressivamente mudando. Sente um reforço de confiança porque já passou a dominar parcialmente a situação. Trouxe o stress para o nível certo, o de impulsionar a ação. Agora sim, deve agir!

Desconfiado sobre a utilidade e eficácia destas técnicas? Afinal não tem qualquer gráfico ou função matemática que suporte os passos do processo! E claro, todos sabíamos isto! Na realidade saber estas técnicas é só o primeiro passo para gerar hábitos. E só com estes gerados é que passamos a dispor do “trigger” emocional que em situações semelhantes nos faz usar o processo de abordagem descrito e outros semelhantes. Talvez por ajudarmos pessoas a mudarem a sua atitude pessoal é que Warren Buffet quando entrevistado sobre aprendizagem indica os cursos Dale Carnegie como aqueles que lhe foram mais uteis. E dele, pelo menos os financeiros não desconfiam porque sabem que só com grande domínio técnico do mundo da finança chegou onde chegou!

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