O marketing somos todos

Cada vez mais se fala de propósito e chegada ao mercado com empatia e valor.

Paula Salsinha
1 de Fevereiro de 2020

E com razão: o consumo mudou e o cliente procura muito mais que um produto ou serviço. Procura conexão, valores, e uma equipa envolvida onde ele até podia pertencer.

O cliente é o ponto final do foco colectivo: a sua experiência 360º, com o que temos para lhe oferecer, com o pós-venda que lhe proporcionamos, com as nossas pessoas de front-office. A sua devoção à marca começa pela devoção que quem trabalha nela lhe tem.

Há muito que marketing deixou de ser nome de departamento numa empresa: é a sua missão global. Para que existe aquela marca? Que quer trazer ao mundo?  Sem ela, o que se perderia? As que têm isto claro conseguem chegar mais ao cerne do interesse, necessidades e coração do seu mercado.

Para lá do seu posicionamento, estilo de comunicação e produto/serviço, marketing é também o que cada colaborador representa dela no mundo exterior. Todo e cada um de nós que trabalha numa organização é representante desse universo, e quanto mais se identificar com visão, valores e missão mais a defenderá e se orgulhará dela. Os primeiros clientes de uma marca são quem a move todos os dias: ao acreditarem no que ela traz ao mercado, põem muito de si no que é a sua oferta e diferenciação.

Com a força das redes sociais onde nos movemos, podemos levantar uma marca ou deixá-la silenciosa a um canto. Daí que para lá da customer experience, a employee experience seja peça chave para o posicionamento de uma marca, de uma empresa.

Porque quando se pensa bem, o “vestir da camisola” pode acontecer nos mais variados momentos cotidianos das nossas vidas: ao café com amigos, num post numa rede social, nas mais variadas interacções… é importante que se entenda que pessoas motivadas e com sentimento de união para um propósito maior defenderão a sua casa. Inconscientemente, a maior parte das vezes.

É notório hoje que as novas gerações já não compram o sonho irónico de viver para trabalhar e sentir-se identificado com o porquê é a base da sua motivação e orgulho de pertença. O marketing é pois como a cola que une os pontos dentro de uma empresa, e mais que nada tem de ser um mindset vertical e horizontal, uma cultura intrínseca que entende cada uma das pessoas como um agente de acção positiva, com o cliente sempre no centro.

Pensemos até a uma escala superior, macro, em que nos transformamos em influencers: quantas vezes somos embaixadores do nosso país em situações no exterior ou referenciando-o em conversas com visitantes? Em que com um brilho nos olhos referimos tudo aquilo de que nos orgulhamos e queremos que o mundo conheça também? A nossa gastronomia, as nossas regiões (não fosse o Douro o tema desta edição), o nosso calçado, o vinho, o azeite, os monumentos e acima de tudo, sempre, as nossas pessoas.

Na verdade, todos somos marketeers em diferentes situações da nossa vida, compradores e vendedores de ideias e soluções. Muitas vezes, até de sonhos! E isso faz-nos seguir em frente.

Artigo em formato PDF

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