ANA ISABEL LUCAS
Consultora e Formadora
Fotografias D.R.
“Aprender a aprender” - Um processo de mudança
A globalização fez emergir novas realidades, que requerem uma capacidade de adaptação e mudança rápida por parte das empresas. Realidades como esta que estamos a experienciar neste momento. Aqueles que trabalham o conhecimento constroem um diferencial de adaptação ao contexto e antecipação da mudança, mas antes é necessário ter a capacidade de gerar conhecimento: aprender de forma generativa.
sec. XIX foi marcado por um contexto de grandes transformações ao nível científico - tecnológico, económico, demográfico e político. O conhecimento era dominado pelo positivismo que se baseia na experimentação, partindo da observação rigorosa dos factos para a sua explicação.
A ciência viu surgir uma nova disciplina, a Sociologia, com o propósito de responder a novos problemas, de lidar com eles, antecipando-os e procurando resolvê-los.
Justificando o propósito desta nova ciência, ficou a célebre afirmação de Comte, “saber prever para saber prover”. Não passou um século para pôr fim ao positivismo e à ideia do conhecimento exato, dando lugar a um novo quadro teórico da interpretação da realidade social, tendo como pano de fundo a globalização.
No início do sec. XX, o mundo entra na “idade da civilização global”, mais do que política ou cultural, foi uma evolução económica cujo veículo foi e é o capitalismo, através das suas instituições e mecanismos. É certo que os acontecimentos que marcaram a história tiveram impacto nos contextos atuais e deram origem a novas realidades, que inevitavelmente provocam mudanças constantes, especialmente na dimensão económica.
Tendo em conta o contexto atual, nunca a teoria do caos fez tanto sentido.
O bater das asas de uma borboleta na China, pode causar um tsunami, arrastando em catadupa todos os países à escala mundial. O contexto atual é marcado por uma sociedade de risco, incertezas e imprevisibilidade.Quem poderia prever o quadro pandémico da Covid-19? As suas consequências e impactos na economia e na sociedade?
Quem viu o filme “O Contágio”, pode afirmar que se trata de uma previsão, dadas semelhanças do enredo com a realidade da atual pandemia.
Ainda assim, o contexto atual é
diferente da realidade de 2011, tanto em termos económicos, políticos e sociais.
Mas esta nova realidade já fez correr rios de tinta, com prognósticos futuros acerca das consequências e impactos no universo empresarial.
Paradoxalmente, numa altura de incertezas e volatilidade, o guia das certezas aponta para um período de transição carregado de circunstâncias negativas, tendo implícito um processo de mudança, que vai ter impactos ao nível económico e social. A mudança não é um processo fácil.