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31 de Outubro de 2020





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CARLA SEPÚLVEDA

CEO Believe2Win, Consultora e Gestora de Projetos Internacionais


Fotografias D.R.



A Formação Profissional no “novo normal”



Num mundo cada vez mais volátil, incerto, complexo e ambíguo torna-se imprescindível adaptar as competências profissionais às rápidas, profundas e disruptivas mudanças exigidas às empresas por forma a responder, com eficiência, às novas exigências do mercado.




A

aposta na formação profissional contí­nua de ativos, conti­nua a ser a melhor estratégia para a atualização, recicla­gem e especia­li­za­ção dos recursos humanos das empresas e organizações. A reconversão profissi­onal, por sua vez, que durante muito tempo se mostrava tímida foi crucial, por um lado, para a sobrevivência e impulso económico de muitas empresas, neste tempo de pandemia, que repentinamente e em poucas semanas conseguiram trans­for­mar os seus métodos de trabalho, mudar o seu produto e as formas de venda e, por outro, revela-se a resposta mais imediata para aqueles que terão que mudar de profissão para permanecerem empre­gados.

Desde há muito que a formação profissional ocupa um lugar primordial no desenvolvimento empresarial assente na formação continua dos Recursos Humanos e nunca mais poderá deixar de ser aposta.

Sendo também um dever para o trabalhador, tendo este que participar, de modo diligente, nas ações de formação que lhe forem proporcionadas.

O objetivo da formação contínua é promover o desenvolvimento e a _________

Em Portugal, o Código do Trabalho prevê, inclusivamente a formação como um dever do empregador para com o trabalhador, num total de 40h de formação anual (tendo aumentado +5h em Janeiro de 2020).


adequação da qualificação do traba­lhador, tendo em vista melhorar a sua empregabilidade e aumentar a produ­ti­vidade e a competitividade da empresa.

A pandemia do COVID19 que viven­ciamos atualmente veio demonstrar, mais uma vez, a premente necessidade do continuo investimento em planos de formação específicos e orientados para respostas imediatas e futuras neste novo mundo de forma a podermos enfrentar os desafios do futuro incerto. 








Só a contínua aposta na formação de ativos promovida pelas empresas aos seus trabalhadores é que poderá ser encontrada uma resposta adequada às novas exigências do mercado de trabalho e o seu contínuo acompanhamento.

Nunca a ciência e a tecnologia foram tão reconhecidas como fundamentais como hoje passando para o centro de todas as atenções. Imediatamente, é necessário apostar em formação específica orientada para a ciência, a matemática, as competências digitais, inteligência artificial, robótica e internet, sendo estas o principal foco das empresas. Contudo, a aposta do mundo corporativo deverá também recair na formação profissional transversal dos seus Recursos Humanos especificamente na área do desenvolvimento pessoal uma vez que cada um de nós se vê, atualmente, obrigado a fortes e repentinas adaptações que implicam o reforço e alteração dos nossos valores. Competências tais como a resiliência, inteligência emocional, proatividade à distância, liderança empatia e influência social, pensamento crítico, raciocínio e resolução de problemas são competências cada vez mais importantes e fundamentais no dia a dia do trabalhador devendo, por isso, ser trabalhadas e valorizadas na formação profissional. Priorizar estas competências implicará reflexões profundas, em cada um de nós, implicando inclusivamente a alteração de comportamentos que merecem por isso ser trabalhados com instrumentos e métodos adequados ao seu desenvolvimento e adaptação.

O desenvolvimento pessoal ganha assim nova dinâmica no mundo corporativo e na formação profissional estando, atualmente, o trabalhador no centro de todas as atenções.

As empresas são as pessoas que nelas trabalham e por isso sem pessoas capazes, adaptadas e felizes, não há resultados que acompanhem as exigências e as mutações repentinas do mundo novo atual. O capital humano ganha, paulatinamente, mais relevância no meio corporativo e na sociedade do conhecimento sendo o talento humano e a sua capacidade de adaptação cada vez mais apreciados e vistos como fatores competitivos no mercado de trabalho.

Esta nova tendência impulsiona e favorece o desenvolvimento de profissões especificas na área da Formação Profissional, no mundo corporativo, tais como a função de Gestor de Formação e Coordenador Pedagógico, para o desenvolvimento da atividade formativa e cumprimento do plano de formação desenvolvido, já que são fundamentais em todo o processo.

O Gestor de Formação é respon­sável pela política de formação e pela sua gestão e coordenação geral, assegurando o planeamento, execução, acompanha­mento, controlo e avaliação do plano de _______

atividades, a gestão dos recursos afetos à formação, as relações externas relativas à mesma, a articulação com a gestão de topo e com os destinatários da formação, a promoção das ações de revisão e melhoria contínua da atividade formativa e a implementação dos mecanismos de qualidade da formação bem como a certificação e cumprimento dos requisitos legais em matéria da legislação laboral da Autoridade para as Condições de Trabalho.

Por sua vez, o Coordenador Pedagógico é o responsável pelo apoio à gestão da formação e pela gestão pedagógica da mesma, assegurando a articulação com o gestor de formação, com a equipa de formadores na fase de conceção dos programas; acompanha­mento pedagógico dos formandos e dos formadores na fase de execução da ação; a resolução de questões pedagógicas e organizativas das ações, registo das ações formativas nas plataformas digitais tais como o Sistema Integrado de Informação e Gestão da Oferta Educativa e Formativa (SIGO).

Neste sentido, impera o reajuste do

mundo corporativo a uma nova estratégia de desenvolvimento de Recursos Humanos inteiramente direcionada para a criação de modelos formativos específicos, criativos, inovadores e direcionados para potenciar resultados extraordinários, elaborados por especialistas da área da formação em sintonia com a gestão de topo e apenas alcançados por pessoas verdadeiramente motivadas e orientadas para esses resultados, desenvolvidos em atividades formativas assentes nos objetivos e metas estabelecidas pela gestão de topo com base no reforço da posição da organização no mercado onde atua.

A melhoria das qualificações dos colaboradores é assim imprescindível para a resposta mais adequada e imediata em tempos extraordinários revelando-se primordial o planeamento estratégico da formação profissional nas empresas. Para o sucesso do mesmo é fundamental o efetivo levantamento específico das necessidades individuais de cada colaborador com vista ao estratégico desenvolvimento das etapas do ciclo formativo, a saber:



ETAPAS CICLO FORMATIVO


  1. Diagnóstico de necessidades de formação 
  2. Conceção das atividades formativas, programas e suportes formativos
  3. Planeamento das atividades formativas;
  4. Organização e desenvolvimento das atividades formativas;
  5. Avaliação da Formação (avaliação do impacto 6 meses após)





Resistir é possível, acompanhar o ritmo e adaptação ao mundo novo é fundamental. Definir uma estratégia orientada para a melhoria contínua de resultados assente na formação específica, técnica e de desenvolvimento pessoal do capital humano da organização fará toda a diferença neste novo normal e na adaptação constante às profundas mutações do mundo corporativo...





"Admiro os resistentes, os que fizeram do verbo “resistir” carne, suor, sangue, e demonstraram sem espaventos que é possível viver, mas viver de pé, mesmo nos piores momentos." 


LUÍS SEPÚLVEDA

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