MÁRIO CASTRO MARQUES
Consultor especialista em proteção da Inovação | Agente Oficial da Propriedade Industrial
Fotografias D.R.
Da Inovação à proteção
Uma corrida com desafios, barreiras e paragens, em que, no final, alguns podem ter o seu prémio!
Nos tempos em que vivemos, a questão da proteção é uma questão básica e, ao mesmo tempo, muito complexa. É natural nos protegermos dos riscos e intempéries da natureza. Ninguém gosta de se sentir desamparado e totalmente à mercê daquilo que nos rodeia. O sentimento de proteção é inato ao ser humano.
Com a pandemia, este sentimento é sentido amiúde e de forma agudizada. A proteção contra um vírus invisível ao olho humano, preocupa e perturba o status quo humano.
E, assim, a procura de soluções para proteção contra o vírus, presentes e futuras, tem dinamizado a corrida global generalizada, com destaque mediático para as empresas de investigação e desenvolvimento de vacinas contra o vírus.
O presente desafio para a sociedade e as empresas é grande, mas também é uma janela de oportunidades. A par disto, há um elevado esforço colectivo e individual, que está a ser empregue, com investimentos estatais e empresariais avultados. O interesse colectivo é, sem dúvida, proteger a saúde de todos e retomar a actividade económica geral, com um distanciamento para proteção de todos.
Sem actividade, a sobrevivência de muitos é posta em causa. Mas, sem proteção da saúde, todos são afectados e prejudicados, desde os mais frágeis, naturalmente, até àqueles que até podem estar imunes, mas que não vivem isolados num oásis, pois estão em sociedade. Um dilema que se tenta conciliar de forma difícil mas premente.
Para proteger a saúde pública a curto prazo, muitos estados têm participado na corrida pela inovação, contratando possíveis vacinas com algumas empresas/corredoras internacionais, que
investigam e testam possíveis soluções, com um empenho apreciável, mas cuja demora é expectável e razoável.
Entretanto, outras empresas/corredoras participam, à sua maneira, nesta corrida global pela inovação, investigando e criando soluções geradoras de produtos e serviços que respondam às necessidades básicas diárias de proteção e de contacto entre os cidadãos.
Uma coisa é certa, independentemente dos motivos e causas que estão na origem da presente situação pandémica, esta irá ser ultrapassada, embora não se consiga prever a sua duração. No entanto, a corrida pela inovação sempre continuou, mesmo nestes tempos de pandemia, tendo-se observado inúmeras inovações pontuais para responder a situações especificas. E irá aumentar à medida em que as empresas/corredoras se adaptam às novas circunstâncias, pois esta corrida é fundamental para as empresas, sendo o motor do nosso desenvolvimento colectivo.
Muitas empresas/corredoras preparam já o pós-pandemia - apesar das naturais incertezas. Mas o risco é um factor inelutável à vida e às empresas e que pode e deve ser mitigado com uma estratégia adequada. Apostar na inovação é, sim, essencial para que não fiquem, irremediavelmente, para trás nesta corrida.
Com certeza, que existem empresas/corredoras que estão abraços com muitas dificuldades de sobreviver nesta corrida, parando para recuperar ou andando mais lentamente, mas vêm os seus concorrentes distanciarem-se cada vez mais.
Tal como na vida, na corrida pela inovação, todos temos as nossas capacidades, objectivos e diferenças, assumindo a liderança do pelotão aqueles que conseguem estar melhores, num certo momento da corrida, havendo sempre o risco de serem ultrapassados. Mas aqueles que lideram o pelotão, irão continuar a inovar, sem olhar para os que ficam para trás - uma realidade crua e dura.