Boas noticias para Empreendedores

Uma mão cheia de boas notícias para quem empreende com o software. Também no nosso

Paulo Magalhães
6 de Dezembro de 2014

“(…) Hoje, neste século da minha velhice, não se fala senão de soluções.
 
Sempre pensei que o Céu inventou os problemas e o Inferno as soluções. Os problemas abalam-nos, maltratam-nos, derrubam-nos, fazem-nos sair de nós mesmos.

Desequilíbrio saudável, é através dos problemas que todas as espécies evoluem; é pelas soluções que elas se detêm e se extinguem. (…)”

Amin Maalouf - Le Premier Siècle après Béatrice



Uma mão cheia de boas notícias para quem empreende com o software. Também no nosso país.

1. Os problemas a resolver não dão qualquer sinal de saturação. Antes pelo contrário.

Cada incremento de produtividade, cada novo serviço incorporado na oferta de valor, cada passo em frente na incessante orientação para o cliente abre uma oportunidade para a incorporação de software.

A criação de software competitivo - que faça a diferença! – depende, sobretudo, do bom conhecimento do problema a que se destina. Requer convivência com ele, inconformismo e ousadia.

Uma boa fonte de problemas caracteriza-se ainda pela intuição apurada para os selecionar e pela abertura para os transmitir a quem possa aportar competências e meios necessários.

Boas fontes de problemas dão bom software.

Daí, a segunda boa notícia.


2. Há cá muito quem saiba enunciar problemas. Que os domina. Que ousa ir à frente na sua resolução. Diferentes empresas nacionais de diferentes setores de atividade que se distinguem pelo conhecimento do negócio, pela excelência, criatividade e imaginação.

Devemos aproveitar.


3. O software abre-nos a possibilidade de queimar etapas na corrida pela produtividade. Não requer grande infraestrutura ou capital. Antes beneficia quem arranca sem o lastro do passado, podendo tirar mais partido dos meios mais desenvolvidos, state of art.

A massa  de que o software é feito permite que se progrida por incrementos. Tal como nas cidades que se desenvolvem organicamente, uma boa arquitetura de base pensada para o futuro permite a evolução sem ruturas frequentes. Interoperabilidade é o chavão com que nós, informáticos, designamos a organicidade dos sistemas de informação. Software interoperável simplifica a coabitação com o legado dos clientes alvo, protegendo investimentos passados. Por outro lado, a engenharia necessária para a integração cria a oportunidade do desenvolvimento de clusters de empresas especializadas no setor de atividade que pretendem servir.

Na produção e integração de software, o conhecimento do negócio alvo é talvez o fator mais distintivo, gerador de vantagem competitiva sustentada.


4. Felizmente, a ligação entre a Universidade e as Empresas, com o propósito específico da aplicabilidade e sustentabilidade do conhecimento, transformou-se nos últimos anos. Embora ainda haja muito por fazer, o contacto assíduo com as Empresas deixou de ser visto como uma heresia poluidora do puritanismo académico.

E há já bons resultados da ligação viva entre Universidade e Empresas, com o meio universitário como incubador de projetos empresariais e a própria empresa como universidade. Na minha experiência profissional dos últimos anos, pude viver por dentro o exemplo no setor de retalho. Afirmo com convicção que com o contributo de Empresa e Universidades - pela combinação da criação de empresas de software com a dinâmica de transferência de experiência e tecnologia - emergiu um dos pólos de conhecimento em retalho mais destacados do mundo. Ele existe, está aí - entre nós - e deverá ser retido, desenvolvido e, por que não?, estudado como exemplo a reproduzir noutras áreas de atividade.


5. Com a rede. Na rede.

Chegamos assim à quinta boa notícia. Vivemos o preâmbulo de uma das maiores revoluções da humanidade: a  Era da Rede. Pelas suas qualidades de compressão de tempo e espaço, classifico-a ao nível da invenção da escrita, da imprensa ou da máquina a vapor.

A Era da Rede facilita a associação entre organizações; a abertura necessária à inovação; promove a reinvenção de modelos de negócio e a utilização do software para os criar.

Dá escala.

Amplia as condições de sucesso de programas integrados de fomento à criação de ventures, numa ação concertada entre universidades, empresas, empreendedores, investidores, juristas e media.

Finalmente, multiplica os momentos de enunciação de problemas. De crescermos com eles. Com coragem. Para nos tornarmos mais aptos. Para progredirmos. Sem a obsessão do imediatismo. Abrindo futuros,. só por si.

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