HÁBITO é uma tendência ou comportamento, geralmente inconsciente, que resulta da repetição frequente de certos atos; rotina; automatismo. (in http://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/h%C3%A1bito, acedido em 2015/10/11).
Duhigg (2012) indica que a formação dos hábitos é um processo cerebral composto por deixa, rotina e recompensa, dividindo o círculo em três segmentos conforme a figura.
Segundo William James, referido em Duhigg (2012), " desde que ganhamos forma definida, a nossa vida não passa de uma amálgama de hábitos". Um ensaio publicado em 2006 revela que mais de 40% dos atos realizados diariamente pelos indivíduos não resultavam de decisões, mas de hábitos.
O nosso dia-a-dia é, pois, uma sequência encadeada de hábitos.
Gostamos de pensar que os nossos hábitos seguem as nossas intenções.
Dean (2015) refere que os hábitos possuem três caraterísticas principais. A primeira caraterística está contida na própria definição acima apresentada. quando estamos a executar um hábito, estamos apenas vagamente conscientes. Dai que os hábitos permitam que a parte consciente das nossas mentes vagueie enquanto o nosso inconsciente permanece connosco durante esses comportamentos entediantes e repetitivos. Como exemplo, alguém se lembra da quantidade e sequência das ações que faz sempre que conduz um automóvel?
A segunda caraterística resulta do facto do hábito não passar despercebido apenas cognitivamente, mas também emocionalmente. Com efeito e dada a repetitividade do comportamento, os hábitos vão perdendo o seu gosto emocional. É costume dizer-se que a primeira vez que se realiza algo de diferente é a vez que marca. É a vez que não esquece.
A terceira caraterística principal dos hábitos é a sua automaticidade, de acordo com o contexto. Quem já não saiu do elevador no andar errado?
As pessoas tendem a realizar as mesmas ações nos mesmos contextos.
Para além destas caraterísticas, os hábitos podem ainda ser criados, ignorados, mudados ou substituídos, desde que se compreenda como o hábito funciona.
Mais difícil, senão impossível, será desaprender um hábito. Alguém já desaprendeu completamente a deixar de saber andar de bicicleta?
Como vimos, o hábito funciona em círculo. Neste circulo, o primeiro elemento é a deixa ou gatilho, em função das nossas intenções. Em função do contexto e do resultado criado no nosso cérebro, este seleciona o comportamento a adotar e entra em "piloto automático". O segmento seguinte é a realização da rotina, que pode ser física, mental ou emocional. Por último a recompensa, que ajuda o cérebro na avaliação sobre o uso futuro deste comportamento perante a mesma deixa.
Os hábitos podem também ser apenas hábitos mentais ou de pensamento. Os hábitos mentais podem ser criados exatamente do mesmo modo, com as intenções a tornarem-se modos de pensar habituais.
Os hábitos não costumam ter, regra geral, boa publicidade associada. Isto prende-se com o facto de parte dos nossos hábitos decorrerem de forma quase que inconsciente. Com o passar do tempo, começamos cada vez mais a agir ou reagir " em automático" ao estímulo e ao contexto, sem emoção. Vamos perdendo o orgulho nas nossas ações e vai crescendo a sensação de falta de controlo nos nossos comportamentos.
A realização inconsciente dos nossos hábitos pode gerar desmotivação. Por outro lado, a realização dessa rotinas aumenta também o nosso sentimento de segurança
Para sabermos se estamos a agir com base na nossa missão, visão e valores temos de saber identificar os nossos hábitos, e conhecer o seu processo de formação.
A reflexão e consciencialização sobre os nossos hábitos, mentais ou de comportamento, é a chave para a gestão da nossa mudança, interior ou comportamental.
Nas empresas, os hábitos são as rotinas diárias dos seus funcionários.
Identificar essas rotinas, deixas e recompensas é a base para o início de um processo de mudança com vista à transformação de empresas em empresas de aprendizagem.
Fazer o mesmo da forma como se tem feito vai gerar os mesmos resultados!
Tomar consciência dos nossos hábitos e decidir ignorá-los, alterá-los ou substitui-los vai gerar aprendizagem e crescimento!
Que caminho decidimos escolher?