RUI PEDRO OLIVEIRA
CEO, IMAGINEW
ACTION - CUT
ACTION!
quid Game. O seu autor Sul Coreano Jung Jae-il esteve quase 10 anos a tentar vender o seu script (inicialmente era um único filme) batendo a todas as portas tendo inclusive vendido o seu laptop para sobreviver. Em 2019 a Netflix comprou a série onde investiu 21 m USD que valorizou após um mês da sua estreia mais de 1,5 bi USD a cotação da Netflix na bolsa após a direção de Hwang Dong-hyuk ter mudado o formato para mini-séries alcançando nesse mês 142.000.000 de lares em todo o mundo, batendo todos os recordes.
La Casa de Papel, foi um fracasso nas suas primeiras emissões em canal aberto sendo descontinuado nos primeiros formatos em Espanha. A Netflix comprou por um preço simbólico de 1€ mais o passivo da empresa e começou a sua própria produção que custou 700.000€… cada episódio. Foram algumas temporadas terminando daqui a um mês sensivelmente. Alguns dos atores Espanhóis outrora desconhecidos do público já rumaram a grandes metragens em Hollywood.
Um filme nos EUA que custe 10.000.000 de USD é considerado “low cost”. São realidades diferentes, eu sei. Mas quem já tinha visto séries sul coreanas ou espanholas terem estes créditos em todo o mundo?
Eu estou a produzir um filme animado. Por questões de pactos de confidencialidade não vou escrever dele uma única linha. A seu tempo falarei.
Vamos ao caso português.
Um filme que sai brevemente, levou para uma aldeia 300 figurantes maquilhados no seu estúdio em alguns autocarros para uma aldeia que recreava o ambiente que necessitavam. Gastou centenas de milhares de euros nos fatos à medida, levou inclusive burros e cavalos, escavaram o chão para fazer parecer o que se passou nesse século.
A população não gostou, prometeram os promotores deixar tudo igual, e assim ficou. Ele gosta mais do investimento privado do que o público. Tem um estúdio com os meios que o próprio montou absolutamente de topo,
completamente autónomo para criar o que lhe pedirem ou lhe apetecer fazer ao nível tecnológico do que melhor já vi no mundo.
A maioria, friso, a maioria, não todos os cineastas, não está preocupado com a qualidade que querem impor às suas obras. Há coisas bem feitas, claro que há, aliás a Ana Rocha é exemplo disso mas teve que ser no estrangeiro a reconhecerem o seu mérito para depois em Portugal sim, finalmente ganhar créditos e motivo de orgulho. A maioria como depende dos institutos, comissões e de outras entidades, recebem uns milhares de euros, quer os cineastas