Apenas 8% dos empresários afirma que o Orçamento de Estado 2023 irá ter um efeito positivo nas suas organizações
Sob a pressão de uma inflação ainda elevada, uma crise energética por resolver, um conflito militar que não dá tréguas e taxas de juro galopantes, 2023 promete ser um dos anos mais desafiantes para a economia.
s empresários inquiridos na mais recente edição do Barómetro KAIZEN parecem concordar com este enquadramento, já que 44% e 26% dos inquiridos aponta, respetivamente, a inflação e a crise energética, como dois dos temas mais impactantes no contexto económico atual.
Apesar da volatilidade e instabilidade dos mercados, 2022 foi um ano positivo para os empresários portugueses já que 74% admitiu ter cumprido ou ultrapassado os objetivos a que se propôs. Além disso, o grau de confiança sobe ligeiramente face à última edição (julho 2022) passando de 10,95 para 11,16.
Ainda assim, os empresários mantêm-se cautelosos e 86% afirma que as previsões da Comissão Europeia são realistas, acreditando que o crescimento do PIB em Portugal será inferior a 1%, em 2023.
Apesar da taxa de inflação da zona euro ter vindo a recuar ligeiramente ao longo das últimas semanas, as empresas estão preocupadas em garantir as suas margens e, para isso, as principais iniciativas de curto prazo que têm vindo a levar a cabo passam pelo aumento dos preços de venda (para
23% dos inquiridos), enquanto 21% destaca a melhoria da eficiência energética. Potenciar a utilização da automação das tarefas ficou também entre as iniciativas mais escolhidas com 17% dos votos.
No que diz respeito ao novo Orçamento do Estado, apenas 8% dos inquiridos acredita que este terá um efeito positivo na sua organização enquanto 28% acredita que este impacto será negativo.
Já no que toca ao Plano de Recuperação e Resiliência, tido como um importante instrumento ao qual se tem vindo a recorrer, 43% dos empresários inquiridos confirma não estar a fazer investimentos no âmbito do PRR e 31% afirma que o grau de execução destes investimentos é baixo.
A inovação, a aposta em tecnologia e a melhoria da força de vendas como os principais eixos de crescimento
A inovação mantém-se uma das principais peças chave no crescimento das empresas e está no centro da estratégia das organizações. Perseguindo a vontade de inovar, o investimento em novos produtos ou serviços (34%) e a melhoria dos atuais processos de negócio (29%) têm sido as principais apostas de inovação que as empresas estão a implementar.
Ainda assim, segundo 29% dos
empresários, uma das maiores barreiras com que as suas empresas se deparam no processo de inovação, é a ausência de um processo estruturado que permita testar e escalar novas ideias de negócio. Apesar desta dificuldade, para 31% dos inquiridos, o lançamento de novos produtos e serviços continua a ser uma das principais estratégias de crescimento que pretendem adotar em 2023. A entrada em novos mercados e a melhoria da força de vendas destacam-se também no pódio como as estratégias de crescimento mais escolhidas com 25% e 16% das votações, respetivamente.
A transformação digital continua a ser vista como um importante meio para potenciar o aumento da criação valor das empresas e um fator primordial para assegurar a competitividade dos negócios. Neste enquadramento 59% dos empresários afirma já estar numa fase de Automatização e Digitalização nas suas empresas. Por outro lado, 2% dos inquiridos revela ainda não ter iniciado iniciativas estruturadas de digitalização.
A importância do combate da crise energética e o foco nas políticas sustentáveis
A crise energética que os países da UE estão a enfrentar exige uma