MARIA DE JESUS FONSECA
Consultora em GRH e Comportamento Organizacional
Gestão de Recursos Humanos e Inteligência Artificial: união de forças ou guerra aberta?
Li recentemente na Revista HBR (Harvard Business Review) um interessante artigo sobre a “maléfica” e “ameaçadora” IA (Inteligência Artificial) e a sua relação com os Humanos.
IA está a alterar vários setores da economia existindo algum receio de que venha a substituir os colaboradores em “tarefas humanas” tão díspares como: diagnósticos médicos ou serviço ao cliente. Referia-se no artigo que o sucesso da implementação da IA depende mais da união de forças entre as caraterísticas humanas e as capacidades das máquinas, do que da substituição das primeiras pelas segundas. Conclusões de um estudo que envolveu 1500 empresas.
Do lado humano referem-se as caraterísticas de liderança, trabalho em equipa, criatividade e as competências sociais e do lado das máquinas apresentam-se como vantagens a rapidez e a capacidade de lidar com milhares de milhões de dados.
Assim, torna-se cada vez mais pertinente compreender o conceito de Inteligência Colaborativa, através da
qual se realçam os pontos fortes de ambos os lados e se assegura a complementaridade, não a substituição.
Qual é o papel do humano? Primeiro, é necessário o humano treinar a máquina (para ter “o comportamento” que deseja); depois, é necessário o humano explicar os resultados (interpretar corretamente os dados que a máquina friamente devolve) e, por último, o humano precisa garantir a qualidade da informação e que esta será criada, gerida e usada de modo responsável (que não provoca danos, nomeadamente, invasão da vida privada, ataque aos direitos fundamentais ou à segurança).
Por seu lado, a máquina pode ampliar as capacidades humanas, apoiando os processos de tomada de decisão, melhorando a eficácia da interação com clientes (internos e externos) e aumentando a sua força física.
Os processos de Gestão de
Recursos Humanos, quando auxiliados por IA, podem aportar inúmeras vantagens:
1. Flexibilidade – melhora a capacidade de adaptação à mudança e a agilidade dos processos;
2. Velocidade – favorece a economia de tempo em tarefas burocráticas e morosas;
3. Escala – aumenta a possibilidade de replicar o método em empresas de grande dimensão;
4. Melhores decisões – permite a acesso a dados relevantes que melhoram o processo de tomada de decisão;
5. Personalização – sugere medidas adequadas a cada colaborador, tendo em conta as suas caraterísticas e necessidades individuais.
Não estando isenta de riscos e de desvantagens, a IA pode contribuir para a melhoria da Experiência do Colaborador, Planos de Formação mais eficazes, Recrutamento e Seleção mais célere e assertivo, definição de Planos