Atualmente, somos a geração de pais mais bem informados no que respeita à educação dos nossos filhos. Mesmo antes de a criança nascer planeamos e consultamos todos os médicos sobre o melhor para a gestação do bebé, lemos livros sobre a maternidade/paternidade e fazemos cursos de preparação para o parto. A criança nasce e as angústias aumentam, fazemos cursos pós-parto, consultamos ainda mais livros e pesquisas sobre o desenvolvimento infantil. Escolhemos criteriosamente tudo: os brinquedos, a alimentação, a cadeira de automóvel, os cosméticos, o calçado (…) tornamo-nos uns verdadeiros experts em puericultura.
E quando chega o momento da entrada para a escola, tudo se torna ainda mais complicado, informamo-nos das metodologias de ensino, da qualidade dos materiais, da formação dos profissionais, das atividades de enriquecimento curricular… A criança continua a crescer e nós, como bons pais, procuramos mais informação sobre como ultrapassar cada etapa de desenvolvimento e consultamos pediatras, psicólogos, pedopsiquiatras para obtermos estratégias de melhoria das dificuldades familiares que vão desde a alimentação, ao sono, aos comportamentos. Achamos que nunca temos as ferramentas necessárias para educar os nossos filhos e continuamos a procurar ajuda.
Tudo porque queremos o melhor para os nossos filhos! Sim, nós só queremos o melhor para os nossos filhos. Mas por que será que apesar de sermos os mais bem informados somos os pais com mais dificuldades em educar?
É fundamental que os pais se preocupem em obter mais conhecimentos no que respeita ao desenvolvimento e educação dos seus filhos, mas esta formação deverá ser controlada e não desenfreada. Observa-se que muitos pais conhecem todas as teorias mas não conseguem ajustá-las à sua realidade familiar, aplicando as estratégias defendidas pelos teóricos. Por consequência, sentem-se frustrados, pois não obtêm os resultados pretendidos, aqueles que residem nos livros, e sentem-se maus pais. Porquê?
Isto prende-se com o facto de não saberem “ler” os seus filhos, passam demasiado tempo presos ao mundo virtual e às pressões externas que se esquecem que o melhor conhecimento é aquele que vem da experiência, da relação, da intuição. Para saber o que realmente precisa o seu filho, dedique-lhe mais tempo e verá que o maior especialista no seu filho é Você! Não há ninguém no mundo que compreenda tão bem o que é realmente importante e necessário para ele como você. Acredite mais em si e nas suas capacidades parentais. O seu filho é único e por isso merece uma educação única: a sua!