Recordo
também a escola com saudades, do cheiro dos cadernos novos, do recreio de terra
batida onde saltava à corda e esfolava os joelhos, do leite com chocolate
bebido a correr pelos corredores, de jogar ao esconde-esconde e às apanhadas.
Como era bom ser criança!
Gostava de poder voltar à minha infância, ao tempo em que não tinha responsabilidades e preocupações, onde podia ser livre e descobrir o mundo. Será que os nossos filhos vão sentir esta vontade de recuar no tempo? Não me parece.
A
maioria nasce “predestinada” a ser bem-sucedida, com a pressão de superar os
seus pais, têm de ser e ter o que eles mesmos não conseguiram. Enganam-se os
pais que acham que ser o melhor na escola, aprender mais e rápido, desempenhar
várias atividades desportivas e culturais é o caminho para o sucesso
profissional dos filhos.
A infância deve ser uma das melhores fases da vida, onde o encanto pelo mundo vai crescendo e a vontade de fazer mais e melhor vai crescendo e amadurecendo com as experiências. Temos de permitir à criança usar todos os sentidos, dar espaço e tempo para brincar, errar, dizer e fazer disparates. É fundamental que o façam, para desenvolverem capacidades como a resiliência, a criatividade, a autorregulação e a confiança. Uma criança feliz tornar-se-á num adulto mais competente e de bem com a vida.