Educar é, sem dúvida, das tarefas mais difíceis e exigentes que se colocam ao ser humano durante a sua existência e é neste papel de educador que o Homem experimenta uma panóplia de emoções antagónicas que nos surpreendem a cada dia que passa. Educar é reconhecer que há momentos de muito amor e alegria a par com momentos terríveis de desmotivação.
Se é pai ou mãe certamente já sentiu, pelo menos uma vez, uma vontade imensa de fugir daquele momento insuportável que está a viver: é o bebé que chora desenfreadamente e nada o acalma, são as birras estridentes que já atingiram o limite da sua paciência, é a história chata que lê há 30 dias seguidos, etc… Diferentes situações justificam tal sentimento. Sim, apesar de poucos terem a coragem de admitir, todos os pais sentem o mesmo de vez em quando. Não é por isso que tem de se martirizar e achar que ter tal sentimento o torna pior pai ou mãe. Apenas o torna humano. Não se sinta culpado por sentir vontade de voltar atrás no tempo, de se esconder ou fugir.
Não há pais perfeitos! E ainda bem que não, porque seria uma angustia e um desânimo muito grande para as crianças. Pais perfeitos fazem com que a criança não invista em si, pois acredita que por muito que cresça nunca será como os eles. A criança precisa de pais que não têm medo de mostrar as suas emoções, limitações e frustrações.
Acreditar que temos de ser pais prefeitos é uma utopia. Como qualquer ser humano em aprendizagem constante, temos o direito a errar. É com o erro que aprendemos e que tentamos mudar para melhor. O segredo é refletir, ser crítico e trabalhar os erros, com coragem para explorar novos caminhos, confiantes nas nossas opções educativas e tolerantes com os conflitos interiores.
Educar é dar uma oportunidade de fazer mais e melhor a cada dia que passa, percebendo que em educação as verdades são relativas. Ser pai é mudar, adequar, aprender, reaprender, criar e explorar, para estar à altura dos desafios educativos. Não queiram ser perfeitos e criar um ser perfeito, amem sim com perfeição.