30 de Abril de 2025


ALEXANDRA O'NEIL

Docente ISG Business & Economics School e ISCTE Executive Education





A Liderança Empreendedora como Motor da Produtividade Organizacional



A liderança, especialmente no contexto empresarial contemporâneo, é um conceito que se tem tornado cada vez mais abrangente.





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o entanto, em tempos de transforma­ção digital e rápidas mudanças de mercado, o papel da liderança empreendedora destaca-se como essencial para aumentar a produtividade organizacional. Este estilo de liderança, que vai além das funções tradicionais de chefia, caracteriza-se pela sua adaptabilidade, inovação e capacidade de impulsionar equipas a alcançar objetivos comuns de forma eficiente e sustentável.

A liderança empreende­dora não é uma função reservada apenas aos líderes formais. Pelo contrário, todos aqueles que participam no processo organizacional, sejam eles gestores, colaboradores ou membros de equipas, podem e devem assumir uma postura proativa e responsável, contribuindo positivamente para o crescimento da organização. Num mundo empresarial onde a inovação constante e a rápida adaptação ao mercado são cruciais, o conceito de liderança empreendedora sugere que cada um de nós pode ser um agente de mudança.





Quando falamos de produtividade, é fácil associá-la diretamente à eficiência operacional e ao desempenho quantitativo. Contudo, a produtividade nas organizações de hoje vai além de uma mera questão de números. Está profundamente ligada à capacidade de inovação e à implementação de novas estratégias que promovam não só o crescimento da empresa, mas também o desenvolvimento dos seus colaboradores. Neste sentido, a liderança empreendedora revela-se fundamental, pois incentiva a tomada de riscos calculados, a exploração de novas oportunidades e o desenvolvimento de uma visão partilhada para o futuro.

Este estilo de liderança é também multinível e processual. De acordo com estudos recentes, a liderança deve ser vista como um processo em constante evolução, moldado pelas interações entre o líder, os colaboradores e o contexto organizacional.

  Um líder empreendedor é, antes de mais, um facilitador que promove um ambiente onde a inovação, a autonomia e a responsabilidade são incentivadas. Não se trata apenas de liderar pelo exemplo, mas de criar as condições necessárias para que todos os membros da organização possam contribuir ativamente para o sucesso coletivo.

A produtividade está diretamente ligada à forma como os líderes conseguem mobilizar as suas equipas para alcançar os objetivos definidos. A liderança empreendedora é capaz de gerar uma cultura de colaboração e confiança, onde cada colaborador sente que faz parte de algo maior e que o seu trabalho tem impacto nos resultados globais da organização. Este tipo de liderança valoriza a inteligência emocional, uma competência essencial para compreender e gerir as dinâmicas interpessoais dentro das equipas, garantindo um ambiente de trabalho positivo e motivador.

Além disso, uma liderança empreendedora exige a capacidade de gerir a mudança de forma eficaz. 

Num mundo empresarial em constante transformação, saber adaptar-se e promover a mudança é essencial para manter a competitividade e a relevância de uma organização. 

Os líderes que conseguem integrar as suas equipas no processo de mudança, garantindo que todos estão alinhados com a nova direção estratégica, tendem a ver melhorias significativas na produtividade. 

De acordo com John Kotter, a mudança bem-sucedida requer uma visão clara, comunicação eficaz e, acima de tudo, o envolvimento de todos os membros da organização na implementação dessa mudança.

É importante sublinhar que a liderança empreendedora não é um dom reservado a uns poucos, mas uma competência que pode e deve ser desenvolvida por todos. 


 

A ideia de que a liderança está exclusivamente nas mãos dos que ocupam cargos de chefia limita o potencial de crescimento de uma organização. Quando todos assumem uma postura de liderança, seja de forma formal ou informal, contribuem para um ambiente mais inovador e produtivo. Isto porque, ao envolver todos no processo de liderança, cria-se uma responsabilidade partilhada que estimula a criatividade e a proatividade.

De facto, num cenário empresarial cada vez mais complexo e competitivo, o papel dos líderes empreendedores é promover a criação de valor através da capacitação das suas equipas. Ao incentivar uma cultura

de autonomia, onde cada colaborador é visto como um potencial líder, as organizações podem beneficiar de uma força de trabalho mais motivada e produtiva. A liderança empreende­dora, ao contrário de estilos de liderança mais tradicionais, está focada na adaptação constante às novas realidades e na exploração contínua de oportunidades emergentes, o que a torna particularmente eficaz em cenários de alta incerteza e mudança.

A liderança empreendedora, quando bem implementada, pode ser um poderoso catalisador da produtividade organizacional. Este tipo de liderança, ao integrar inovação, adaptabilidade e responsabilidade partilhada,

consegue criar um ambiente de trabalho onde todos são encorajados a contribuir para o sucesso da organização. Assim, a produtividade deixa de ser vista apenas como uma questão de eficiência operacional, passando a ser entendida como o resultado de uma cultura organizacional dinâmica, inovadora e focada no desenvolvimento contínuo de cada membro da equipa. Assim, e tendo em consideração o impacto de uma abordagem à liderança como processo, proponho que cada um de nós se deve considerar um líder, formal ou informal, e assumir a responsabilidade de contribuir positivamente para o sucesso e a produtividade das nossas organizações.


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