O ponto de partida foi o reconhecimento que a gestão de inovação (aqui também designada por gestão de I&D+I) é uma área de vanguarda e de procura por parte de um número crescente de organizações em todo o mundo (particularmente por parte daquelas que acreditam que a implementação de práticas mais estruturadas e regulares de I&D+I poderá́ contribuir para o reforço e sustentabilidade dos seus fatores de competitividade).
Assume-se que o desenvolvimento de uma nova e adequada oferta de soluções de I&D+I para responder a este tipo de procura poderá ter um elevado potencial de aceitação em mercados geográficos mais maduros e em sectores mais avançados em termos de tecnologia (como por exemplo, o norte da Europa e o sector TICE, respetivamente). No entanto, para explorar esta oportunidade, é necessário que qualquer potencial fornecedor (como poderão ser as PMEs Portuguesas da área TIC) disponha do máximo de informação possível sobre este mercado. Só desta forma conseguirá assegurar o conhecimento crítico para uma boa tomada de decisão ao nível das novas soluções de I&D+I a desenvolver e para definir um adequado posicionamento de mercado.
Foi para dar resposta a esta necessidade que se desenvolveu um estudo de benchmarking estratégico em relação aos principais atores e às melhores soluções existentes nesta área (concorrentes, serviços e tecnologias, países/mercados e tipo de clientes/indústrias).
Objetivos
O estudo de benchmarking das soluções existentes internacionalmente na área da Gestão de I&D+I, tinha como principal objetivo responder à seguinte questão fundamental: Qual é o perfil dos principais atores mundiais na área da gestão de Inovação? Em linha com esta questão, definiram-se como objetivos a identificação dos principais modelos, ferramentas e aplicações de software, conhecer as principais regiões/mercados/indústrias e conhecer as melhores práticas a nível mundial.
Resultados
Em termos dos principais resultados obtidos, destacam-se os seguintes:
Conclusões
O mercado da gestão de inovação é bastante competitivo (com muitos e novos fornecedores, particularmente de economias com uma forte intensidade em investigação, desenvolvimento e inovação), fragmentado (soluções muito específicas para fases do processo de inovação e com fornecedores especializados em alguns nichos de mercado) e muito sofisticado (fornecedores inovadores com soluções bastante robustas e grandes empresas clientes com baixo grau de maturidade em termos de perceção do valor da gestão de inovação mas que manifestam necessidades de negócio muito desafiantes).
Independentemente de existirem indústrias e mercados geográficos mais atrativos para os fornecedores de soluções na área da gestão de inovação, é sempre possível disponibilizar uma oferta de produtos e serviços que responda aos requisitos atuais e emergentes de clientes de outros segmentos. Isso acontecerá com maior probabilidade quando exista um bom alinhamento entre o estilo de liderança dos gestores e a sua cultura organizacional e a proposta de valor dos fornecedores das soluções de gestão de inovação.
As PMEs Portuguesas da área TIC que pretendam competir em mercados externos com novas soluções na área da gestão de inovação deverão posicionar-se com ofertas completas (de software e serviços de consultoria) que respondam às necessidades e expectativas emergentes dos clientes e que sejam disponibilizadas através de uma boa rede de parceiros nos mercados alvo.
É fundamental ter um conhecimento muito adequado dos mercados onde se pretende operar de forma a poder responder às principais forças de mudança identificadas (expectativas dos clientes e crescente concorrência), seja de uma forma pró-ativa de acordo com os seus planos de negócio ou reativa caso não tenha sido uma situação considerada no seu planeamento. Em qualquer situação, as PMEs Portuguesas deverão adotar formas de entrada nos mercados selecionados com risco mais controlado e diversificado a nível de financiamento do plano de negócio e com grande flexibilidade em termos de estrutura operativa e comercial.