Na chamada “Old School”, a função de um comercial era fornecer informação e esclarecer características; mas isso, atualmente, pura e simplesmente desapareceu. Hoje, um vendedor é um consultor de compras; é alguém que tem de ajudar um cliente a identificar se está, ou não, ajustado a um determinado produto ou serviço.
As regras mudaram: o processo de venda e de compra mudou e está a mudar novamente. A envolvente mudou e tornou-se cruel para as empresas/comerciais que não se adaptaram. Com este novo paradigma, as estratégias para vender offline e on-line também devem sofrer adaptações (a conectividade, velocidade e dinamismo marcam a diferença). Se não mudarmos os nossos hábitos e comportamentos, dentro das nossas empresas e das nossas equipas comerciais, os resultados também não vão mudar.
Eu estou sempre a aprender e a colocar em causa o que já sei, mesmo quando julgo dominar bastante o processo do maravilhoso e louco mundo das vendas. Muitas vezes, através de um modelo de pensamento contraditório, tento mesmo mudar a minha perspetiva e questionar as minhas crenças, pois o dinamismo nunca esteve tão presente.
Incríveis são estes números de entrada: apenas 17% dos vendedores acham que são agressivos na abordagem, quando, na perspetiva dos compradores, a perceção cresce para 50%; apenas uns incríveis 3% dos compradores confiam nos vendedores (as únicas profissões com menos credibilidade são: política e lobbying!)
Mas vamos com calma, pois nem tudo vai ser chocante! Alguns dados, acredito que vão ajudar a melhorar desempenhos ou a rever algumas práticas. Tentou-se, nas próximas linhas, uma divisão por secções para facilitar a leitura e deixar em “gavetas” os principais temas.
Prospeção
#1 – Mais de 40% dos vendedores dizem que a prospeção é a componente mais difícil e desafiadora do processo de vendas, seguida pelo fecho (36%) e a qualificação (22%).
#2 – 72% das empresas com menos de 50 novas oportunidades por mês não atingiram os seus objetivos de receitas, em comparação com 15% com 51 a 100 novas oportunidades e apenas 4% para
empresas com 101 a 200 novas oportunidades – logo, existe uma relação direta entre o número de oportunidades que alimentam o “pipeline” por mês e a obtenção de receitas/resultados.
#3 – Analisando 15 meses de dados, várias empresas e equipas, descobriu-se que os vendedores medianos fizeram muito mais chamadas no último mês de cada período de análise de resultados do que nos primeiros; a taxa de sucesso dessas chamadas de última hora “em desespero” costumava ser menor do que em qualquer outro mês – o conselho é dedicar tempo à prospeção todos os dias e não apenas na reta final. A prospeção é um bom hábito diário!
#4 – Quase seis em cada 10 compradores querem discutir preços na primeira ligação/contacto; e mais de metade dos clientes em potencial deseja ver como o produto/serviço funciona na primeira abordagem.
#5 – Os compradores estão, em geral, menos preocupados com os tópicos qualificados pelos quais os vendedores geralmente estão mais interessados: apenas um em quatro deseja discutir um orçamento, detalhe de produto/ serviço e cronograma.
#6 – Apenas 10% dos compradores querem conectar-se com um vendedor durante a fase de consciencialização do processo de compra, principalmente quando ainda estão a aprender sobre o produto pela primeira vez; aqui entram boas estratégias de marketing “inbound” de consciencialização via conteúdo que devem ser utilizadas.
#7 – É necessária uma média de 18 chamadas para realmente se conectar (com forte ligação) com um comprador; e apenas 24% dos emails de vendas são abertos.
#8 – Sete em cada 10 compradores B2B estão disponíveis para assistir a um vídeo em algum momento durante o processo de compra – utilize este dado a seu favor e envie, sempre que possível, um vídeo personalizado (vídeos sobre os benefícios do produto são os mais populares, seguidos por comentários e revisões profissionais).
#9 – Pelo menos 50% dos seus clientes em potencial não são adequados para o que vende. Logo, o saber desqualificar é relevante.
#10 – 77,3% das empresas assume que fornece pelo menos um quarto dos leads a que dá origem no marketing.
“Follow-up” (seguimento)
#11 – Uma análise a mais de 2200 empresas concluiu que aqueles que tentavam alcançar leads numa primeira hora, depois de os gerar, eram quase sete vezes mais propensos a ter conversas significativas com os principais decisores do que aqueles que o faziam mais tardiamente. A velocidade é, então, um driver do negócio nos nossos dias.
#12 – Em termos de respostas a formulários, foi testado o tempo de resposta de 433 empresas. Apenas 7% responderam nos primeiros cinco minutos após o envio do formulário. Mais da metade não respondeu dentro de cinco dias úteis.
Email marketing
#13 – Em média, uma pessoa elimina 48% dos emails que recebe todos os dias. Essa tarefa é normalmente realizada em 5 minutos.
#14 – A grande maioria dos clientes em potencial deseja ler emails bem cedo pela manhã (antes das 08h00). Há ferramentas de agendamento de email que podem ajudar no processo.
#15 – As palavras mais eficazes para colocar no “assunto” do seu email são: “demo”; “conectar”; “cancelamento”; “aplicar”; “oportunidade”; “conferência”; e “pagamentos”.
#16 – As palavras mais ineficazes para usar no “assunto” do seu email são: “assistência”; “orador”; “pressione” (“click”); “social”; “convidar”; “junte-se”; e “confirme”.
#17 – De acordo com a análise de 300 000 emails, uma linha de assunto com maiúsculas afeta as taxas de resposta positivamente em 30%. Linhas de assunto com três a quatro palavras, não mais ou menos, obtêm mais respostas.
#18 – Descobriu-se que as mensagens de email escritas na terceira pessoa são 36% mais propensas a receber uma resposta do que as que são escritas na primeira pessoa.
#19 – Apenas um terço das mensagens (30%) com mais de 2500 palavras recebem uma resposta; um email de 25