Várias marcas apostaram pela primeira vez em webinars, vídeo, conteúdo interativo, para ajudar a envolver-nos, com vontade de conhecer e adquirir os produtos ou serviços e – cereja no topo do bolo- fidelizar-nos.
#2. Experimentámos novos canais de venda e agora não queremos outra coisa.
Esperamos que seja possível adquirir a arifryer maravilha que a mega influencer mostrou ou que conhecemos através da newsletter da marca. Queremos poder ver as suas características na app, comparar preços on-line, ver os comentários de outros clientes no Facebook e depois, quiçá, ir à loja física ver com os nossos olhinhos se a coisa é tal e qual a imaginávamos.
Isto significa que quer ao nível da omnicalidade, quer no que concerne a experiências personalizadas ao longo de toda a jornada do consumidor nos tornámos mais exigentes.
Tanto em contexto B2B como B2C cada vez mais é esperado que qualquer experiência seja sem fricções, antecipatória, relevante, e ligada.
Por estes motivos não se trata para as empresas de uma questão de estar ou não «on-line» , mas uma questão de «como» . E aqui faço uma ressalva para alguns negócios em que não faz sentido a aposta no digital (são raros mas existem! Nem todos os negócios beneficiam de presença nas redes sociais, por exemplo), e uma ressalva não menos importante para o cuidado em ter uma estratégia.
Marketing sem estratégia é como uma francesinha sem pão, feijoada sem enchidos, cachorrinho sem a salsicha (nota-se que sou do norte? Bibó porto)
Tantas oportunidades surgiram e tantas outras caíram por terra na abordagem digital de várias empresas por causa da falta de uma estratégia sólida. O que falhou? Talvez um de 4 fatores:
1. Perceber que uma loja on-line por si não gera vendas.
São necessárias taaaantas coisas para que uma loja-online resulte! É muito sexy termos loja, app e tantas outras coisas, mas se do outro lado dessa montra virtual não estiverem os profissionais adequados, a tecnologia eficiente, investimento contínuo, etc. etc. nada vai acontecer. O que me leva ao ponto 2:
2. Saber comunicar.
Façamos o seguinte exercício: compramos o mais top dos carros, o Lamborghini estilo CR7, o Aston Martin à la James Bond … e só nós sabemos disso. Não faz sentido pois não? Andarmos sozinhos no carro? E também não faz sentido termos produtos disponíveis on-line ou uma maravilhosa newsletter que ninguém recebe ou sabe que existe.
3. Selecionar os profissionais para trabalhar na área de marketing da empresa.
Do ponto anterior facilmente chegamos a este – quem são as mentes geniais que vão enviar a mensagem na garrafa («espalhar a palavra do Senhor» como dizia um chefe meu …) ao público-alvo (e que sabem quem é esse público-alvo?) – podem ser um especialista em marketing e comunicação juntamente com um especialista em SEO, uma agência que conhece muito bem o nosso nicho com profissionais que conseguem que a nossa oferta seja comunicada adequadamente. Variadas combinações, mas raramente, muuuuuuito raramente é trabalho de uma pessoa só.
Sem falar que depois de implementar a estratégia digital é preciso ter quem se dedique (com tempo) à análise de tudo - saber planear e analisar resultados das campanhas de marketing digital, perceber o que vale a pena e o que não vale.
4. A tecnologia.
É uma peça fundamental, embora tal como refere Kotler, o marketing 5.0 é agnóstico nesta área. A chave, diz Kotler, é ter marketers que compreendam como conceber uma estratégia que aplique a tecnologia certa para vários casos de utilização de marketing.
Por outro lado, um marketer sem uma boa ferramenta é como um mecânico sem a mais básica chave de parafusos.
O marketer não é pau para toda a obra. A não ser que seja uma obra que vai cair depois de feita, ou daquelas que ficam embargadas vários anos. Não é bonito, nem é o que se quer.