25 de Março de 2023





CELESTE VARUM

Galp, Matosinhos Project | Professora Associada c/ Agregação, Universidade de Aveiro







Liderança – uma capacidade fundamental para o progresso da sociedade




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ais de 30 anos de experiência profissional, em diversas funções, desde professora universitária e investigadora, até assessora de membros do governo, passando pela liderança de equipas em projetos e empresas de grande dimensão, permitem-me concluir que a liderança é uma capacidade valiosa em todas as circunstâncias e dimensões da nossa vida. É uma competência fulcral para o progresso profissional assim como impacta na forma como se desenvolvem os relacionamentos pessoais. É, portanto, uma capacidade indispensável para o progresso individual, das organizações e da sociedade.

Aprendi que liderar não consiste simplesmente na autoridade formal de comandar pessoas, mas sim na capacidade – mesmo que informal- de guiar, atrair e inspirar os outros, motivando-os para alcançar objetivos comuns. E os bons líderes não só marcam o ritmo e definem a estratégia como também são pedagogos, motivam a que cada um dê o seu melhor e responsabilizam-se pelo desempenho – bom ou menos bom - da equipa.

Uma das características basilares do líder é a capacidade de tomar ‘boas’ decisões, mesmo quando há o risco de estas fracassarem. Ou seja, liderar envolve assumir riscos e tomar decisões difíceis. Por exemplo, enquanto líder de equipas em vários projetos, foi fundamental tomar decisões sobre prioridades, alocação dos recursos, definir prazos, delegar tarefas e atribuir responsabilidades.

Um bom líder também deve conseguir comunicar eficazmente, o que passa não só por identificar e partilhar objetivos e caminhos, como também por dar feedback construtivo e ouvir as sugestões da equipa e de parceiros. A comunicação é fundamental para que se crie um ambiente de trabalho agradável e motivador. Mas, este envolve, frequentemente, a criação de incentivos e recompensas, que o líder deverá promover de forma justa e transparente. 


Neste contexto, há espaço para que o talento individual contribua para o melhor desempenho da equipa e da organização, contribuindo também para o progresso da sociedade.

Impera realçar que a liderança é uma capacidade que pode ser aprendida e desenvolvida com a prática e a experiência. Por isso, estou sempre disposta a aprender, procurando o feedback das minhas equipas, de colegas e de outros parceiros, identificando oportunidades de melhoria e de desenvolvimento pessoal e profissional. Para os mais jovens saliento que estas competências podem ser desenvolvidas ainda nos bancos das universidades. Frequentar cursos de liderança ou ações de voluntariado, envolver-se em atividades extracurriculares, em consultoria, em simulações, casos de estudo, e programas de mentoria são formas a 



que os jovens podem recorrer para desenvolver as suas capacidades de liderança e a sua autoconfiança, capacitando-se para ter mais sucesso na carreira e contribuir positivamente para a sociedade.

Por fim, destaco que há estilos de liderança diferentes, uns mais autoritários, outros mais liberais e ainda outros mais democráticos. Ao longo da sua vida, um líder vai mesmo ajustando o seu estilo de liderança, fruto do contexto, da experiência, do conhecimento, mas também para se alinhar com as mudanças societais. Atualmente exige-se a adoção de um estilo de liderança mais holístico, isto é, um estilo que procure responder às expectativas e necessidades dos diferentes stakeholders da organização. Fundamental é nunca deixar de lado a ética. Um líder deve ser um exemplo, agindo de forma justa e honesta, em toda e qualquer circunstância.


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