27 de Maio de 2024





DAVID DIAS

Managing Director na Critical Ventures





Inteligência Artificial vs Inteligência Humana: Uma Perspetiva de Capital de Risco


Inteligência Artificial vs Inteligência Humana



A

inteligência artificial (IA) tem sido um tópico muito discutido ao longo dos últimos anos, especialmente quando comparada com a inteligência humana. A IA, com o seu potencial de aprender e adaptar-se, pode revolucionar muitos aspetos da nossa vida. Desde a forma como trabalhamos, com a automação a assumir cada vez mais as tarefas repetitivas, até à forma como nos divertimos, com jogos cada vez mais imersivos e personalizados, a IA está a redefinir os limites do que até aqui era possível.

No entanto, a IA também levanta questões importantes sobre o que significa ser Humano. A inteligência humana é caracterizada pela nossa capacidade de pensar criticamente, de ter consciência sobre nós próprios e sobre os outros, e de experienciar emoções. Estas são qualidades intrinsecamente humanas que nos distinguem de outras espécies e, até agora, de todas as formas de IA conhecidas.




A IA, com a sua capacidade de aprender e adaptar-se, pode imitar algumas destas capacidades, mas só até certo ponto!! Por exemplo, os algoritmos de aprendizagem podem analisar e processar enormes quantidades de dados e até identificar padrões complexos, que em certos casos pode até ser considerada uma forma de pensamento crítico. Para além disso, algumas formas de IA podem até reconhecer e responder a emoções humanas, embora de uma forma ainda muito limitada e superficial.









A IA está (ainda) longe de possuir a plenitude da experiência e emoção Humana. A consciência de si mesmo, a empatia genuína pelos outros, a capacidade de experienciar emoções - estas são características intrinsecamente humanas que a IA, atualmente, ainda não consegue replicar. As emo­ções humanas são moldadas por uma enorme variedade de fatores, que se iniciam com as nossas experiências passadas, com as nossas interações com os outros e com o nosso meio envolvente. Algo que a IA ainda não consegue fazer.








E mesmo que a IA venha a desenvolver estas características no futuro, isso levanta outra questão: Poderá a IA, realmente, “experienciar” as emoções da mesma forma que os humanos, ou a acontecer será apenas uma mera imitação? Esta é uma questão mais filosófica que vai para além da tecnologia e toca na “essência” do que é a humanidade.

Por fim, enquanto a IA continua a evoluir e fica cada vez mais sofisticada, é importante que continuemos a refletir sobre estas questões. Afinal, a IA é uma criação humana, e como tal, deve ser usada de maneira que respeite e valorize a natureza humana. Deveremos construir um futuro em que a IA seja utilizada de forma ética e responsável!

Devemos levantar questões sobre como lidar com os avanços tecnológicos a nível da IA. Como deverá ser regulada a IA? Quem deve ser responsável numa situação em que uma IA cometer um erro? Estas são apenas algumas das questões que precisamos de considerar à medida que continuamos a explorar as possibilidades da IA.

O Papel do Capital de Risco

O Capital de Risco tem desempenhado um papel vital na evolução da inteligência artificial (IA) em todo o mundo. Este financiamento tem proporcionado às startups e empresas a oportunidade de investirem de forma intensiva na Investigação e Desenvolvimento (I&D), de novas tecnologias, que visam trazer novos produtos e serviços baseados em IA.

A IA tem o poder de catalisar mudanças em diversos setores. Na área da saúde, a IA pode contribuir para diagnósticos mais rápidos, precisos e até tratamentos personalizados. Na área da educação, pode melhorar a eficiência do ensino, facilitar a aprendizagem adaptativa e tornar a avaliação mais automatizada. No sector financeiro, a IA tem o potencial de transformar a maneira como os serviços financeiros são disponibilizados, desde a gestão de riscos até a personalização de serviços. Tudo isto através da automação e da análise de grandes volumes de dados. No domínio dos transportes, a IA irá permitir a adoção de veículos autónomos e sistemas de gestão de tráfego cada vez mais eficientes. 

Estas são apenas algumas das inúmeras possibilidades que a IA pode oferecer para a transformação de alguns setores da sociedade.

No entanto, o desenvolvimento de tecnologias de IA requer investimentos avultados em I&D, talento especializado e em infraestruturas de dados, e aqui é onde o Capital de Risco entra.

As diversas entidades de Capital de Risco, reconhecendo o enorme potencial disruptivo da IA, têm investido milhões de euros em empresas de IA ao longo dos últimos anos. Estes investimentos permitem às empresas contratarem talento qualificado, construir infraestruturas de dados sólidas e desenvolver algoritmos de IA avançados. 

No entanto, o papel do Capital de

 Risco na IA não é apenas financeiro. Muitos investidores de Capital de Risco para além de capital, ajudam na orien­tação estratégica, ajudam as empresas a estabelecer ligações importantes na indústria, aconselham sobre questões regulatórias e ajudam a escalar as suas operações e a expandir para novos mercados internacionais.

Em resumo, o Capital de Risco tem sido fundamental para a evolução da IA. Ao dar não só o financiamento ne­cessário, assim como o apoio estratégico, o Capital de Risco está a ajudar a acelerar a I&D e a adoção de tecnolo­gias de IA em todo o mundo. 

À medida que continuamos a explorar o potencial da IA, o papel do Capital de Risco pro­va­vel­mente tornar-se-á ainda mais importante.



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