15 de Novembro de 2023



Quiet quitting, Loud quitting e Great resignation - A sua empresa está preparada?



57% dos Diretores de RH inquiridos no Barómetro RH 2023, considera que a sua empresa não está preparada para dar resposta a fenómenos como "Quiet quitting", "Loud quitting” e "Great resignation".

 



A

imprevisibilidade do mercado parece não ter tido impacto ao nível da motivação dos colaboradores das empresas inquiridas, que permanece com 14 pontos (escala de 0-20), à semelhança do que observamos na última edição. Por outro lado, apesar da rápida evolução da tecnologia, da geração dos novos modelos de trabalho e das disrupções causadas pela pandemia, mais de metade dos inquiridos (54%) afirma que continua a ter um modelo de trabalho totalmente presencial implementado nas suas empresas. De acordo com 80% dos inquiridos, a retenção e a captação de talento continuam a ser os eixos que mais preocupam os líderes deste setor, ao aumentar a taxa de turnover e afetando negativamente a produtividade das equipas. Para contornar esta questão, garantir um bom ambiente laboral (18%), aumentar o salário (17%) e proporcionar uma cultura empresarial robusta (16%), são as principais medidas que estão a ser implementadas nas organizações de acordo com os Diretores de RH.



Esta dificuldade em recrutar vai manter-se pelas dinâmicas do mercado de trabalho, pois estamos perante um mercado liderado pelo candidato e onde este tem um poder de negociação cada vez maior – estão mais seletivos, mais exigentes ao nível das condições e dos benefícios que pretendem, e mais resistentes à mudança de emprego. De forma transversal, está relacionado com expectativas salariais desalinhadas, o interesse e as próprias condições dos projetos que muitas vezes não vão ao encontro do que o profissional procura, as condições contratuais e a falta de interesse de mudança de emprego. Os empregadores devem repensar as suas estratégias de atração e retenção de talento, pacotes de benefícios, envolvimento com os projetos e conhecer bem o mercado… estas serão estratégias fundamentais” explica Sandrine Veríssimo, Regional Director da Hays Portugal.

Alavancar o crescimento, garantir uma cultura empresarial robusta e fazer uma gestão eficaz do talento

Apesar da implementação das políticas de ESG serem vistas como um fator de criação de valor e ser cada vez mais importante integrá-las na estratégia 

corporativa, apenas 14% dos inquiridos tem como prioridade o lançamento e consolidação de iniciativas ESG. Ainda assim, no âmbito do eixo social do ESG, 48% dos diretores de RH admite que implementar práticas de trabalho justas e responsáveis - incluindo condições de trabalho saudáveis e seguras, remuneração justa, direitos do trabalhador e equidade de género -, será uma das principais prioridades. No que diz respeito ao processo de recrutamento, a abordagem skills-first - que se destaca por enfatizar as competências e capacidades de cada pessoa, colocando em 2º plano a sua experiência ou formação académica - parece estar a tornar-se numa tendência importante e 53% dos inquiridos afirma já estar familiarizado com esta abordagem e já considera esta componente no processo de recrutamento. Neste contexto, garantir um processo de onboarding eficaz é uma ferramenta essencial para o sucesso organizacional. Para auxiliar este processo, 41% dos inquiridos apostou na criação de um programa de acolhimento personalizado para tornar a integração mais eficiente. Por outro lado, 25% afirma que designar mentor 



para fazer o acompanhamento inicial é outra das estratégias mais usadas.

A maior barreira à utilização da chamada business intelligence é uma combinação perigosa de falta de capacidades, infraestruturas e orçamento.

A flexibilidade laboral, as formas híbridas de trabalho e a conciliação entre a vida profissional e a pessoal conquistou maior relevância no decorrer dos últimos anos. Nesse sentido, múltiplos benefícios têm sido apontados relativamente à adoção da semana de trabalho de quatro dias. Contudo, 77% dos inquiridos afirma que não vai implementar a semana reduzida de trabalho, 19% afirma ainda não estar a implementar esta medida embora esteja a equacionar a possibilidade e 2% confirma estar a testar a implementação deste modelo. No âmbito dos aumentos salariais, 47% dos inquiridos afirma que se procederam a aumentos entre os 2,5% e os 5% em 2023, enquanto apenas 12% fez aumentos acima dos 7,5%.

O contexto atual vive dificuldades potenciadas pela gestão de talento, pressões de redução de custos e a necessidade de proporcionar ao cliente interno uma experiência cada vez melhor. Estas equipas são frequente­mente desafiadas a ultrapassar obstáculos importantes na sua jornada para melhorar o desempenho opera­cional. Nesse sentido, não restam dúvidas que, neste contexto, os Recursos Humanos desempenham um papel central ao navegar nesta reviravolta e devem garantir que a função deve progredir para um novo nível de adaptabilidade e responsabilidade. O desafio do Kaizen Institute é a concre­tização dos objetivos disruptivos, potenciando a transformação diária e sustentada. Com a participação de todas as equipas chave, será possível desenhar uma visão focada no cliente, que irá conduzir a melhorias disruptivas na  

performance, para chegar a níveis de desempenho económico e financeiro de excelência, garantindo a sustentabilidade das organizações”, afirma Filipe Fontes, Diretor do Kaizen Institute Western Europe.

A tecnologia ao serviço dos Recursos Humanos

Noutro campo, a digitalização continua a assumir um papel de destaque pois ao colocar a tecnologia ao serviço da transformação de processos de Recursos Humanos, é possível simplificar, melhorar o trabalho das equipas e eliminar as barreiras de comunicação. 31% dos diretores de RH afirma que está a trabalhar na simplificação e automatização de processos de trabalho e tarefas administrativas e 19% aposta no recurso a estas ferramentas para auxiliar o processo de análise de dados. Neste sentido, a digitalização não só abre portas para a prestação de serviços mais ágeis, completos, globais e inteligentes, como também permite o upskilling dos colaboradores. A tecnologia e as redes sociais têm um papel cada vez mais preponderante na agilização do processo de recrutamento, uma vez que oferecem ferramentas e recursos que permitem que as empresas encontrem e atraiam talentos qualificados de forma mais rápida e eficiente. Nesse sentido, 38% das empresas admitem estar a fazer cada vez mais uso das redes sociais para ter maior alcance nos recrutamentos e 30% afirma estar a recorrer a empresas de recrutamento especializado para assegurar maior rapidez no processo. Os inquiridos não deixaram de opinar acerca do contexto atual de emprego e 28% afirma que na sua empresa já estão a aplicar medidas para aumentar de forma agregada o recrutamento jovem (ex: através de protocolos de estágio com as universidades). Já 45% considera que é importante que o governo e as 

instituições públicas procedam ao lançamento de programas de financiamento que permitam oferecer melhores condições salariais aos jovens.




Barometro RH 2023

• 45% dos responsáveis de recursos humanos inquiridos no Barómetro RH 2023, realizado pelo Kaizen Institute em parceria com a Hays Portugal, defende a importância do governo e das instituições públicas procederem ao lançamento de programas de financiamento que permitam oferecer melhores condições salariais aos jovens;

• 77% dos inquiridos afirma que não irá implementar a semana de 4 de dias de trabalho na sua empresa; 

• A retenção de talento (40%) e a contratação de novos profissionais (40%) são as duas principais prioridades destacadas pelas empresas relativamente aos RH;

• O Barómetro RH 2023 inquiriu cerca de 150 diretores de Recursos Humanos de grandes e médias empresas nacionais.


O Barómetro RH 2023, iniciativa promovida pelo Kaizen Institue em parceria com Hays Portugal, inquiriu cerca de 150 diretores de Recursos Humanos de grandes e médias empresas nacionais, com o objetivo de avaliar a resposta das organizações às principais tendências e desafios atualmente verificados na Gestão das Pessoas, bem como o grau de motivação e produtividade dos colaboradores.

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