6 de Fevereiro de 2024



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ALEXANDRA O'NEIL

Professora Universitária | Autora | Consultora | Palestrante | Formadora




“10 anos depois…o conceito de produtividade na última década e como será o futuro”




Parabéns Start&Go!




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rodutividade corresponde à medida da eficiência, à relação entre entradas e saídas, na capacidade de retirar o máximo “output”, minimizando o “input”, em todas as suas vertentes da utilização dos diversos fatores de produção.



Ao nível corporativo e mesmo individual, a criação de valor será dependente da ambição, visão, e sua materialização. Este conceito constituído por variáveis complexas, estará assente de forma evidente na capacidade de inovação, na capacitação, mas também na motivação coletiva e individual.


Porque será o tema Produtividade relevante? Criar riqueza permitirá melhores condições de vida, aumentar salários, melhorar resultados e investimentos, incrementar o equilíbrio na gestão de tempo, permitindo um maior bem-estar, para indivíduos, famílias, empresas, assim como a sociedade na sua perspetiva mais holística.

Dados do Eurostat demostram como a crise financeira de 2009 e a pandemia de 2020 impactaram as tendências europeias crescentes de produtividade, comparando valores de PIB real com horas trabalhadas por trabalhador. Analisando os dados publicados, a tendência europeia de redução de produtividade em 2020 é seguida por uma recuperação do mercado em 2021, com continuação em 2022, alcançando níveis pre-pandemicos. Analisando a última década, a realidade europeia demonstra uma tendência de incremento da produtividade, com interrupção durante o período pandémico, com quedas significativas do PIB e das horas de laboração. Este impacto não se espelhou de forma tão direta no desemprego, dado o impacto das políticas de apoio.

Alargando o espectro temporal para 20 anos, os dados demonstram que o emprego per capita passou de 43% em 1999, para 46% em 2020, com aumento da diversidade no que diz respeito a igualdade de género e no espectro etário, com impacto nas condições económicas e de desenvolvimento do bem-estar na sociedade. Em 2021 e 2022, os dados registaram uma recuperação para níveis de produtividade próximas de 2019, sendo que em 2022 ultrapassámos de forma positiva os níveis anteriores à crise de 2009.

Alargando o espectro temporal para 20 anos, os dados demonstram que o emprego per capita passou de 43% em 1999, para 46% em 2020, com aumento da diversidade no que diz respeito a igualdade de género e no espectro etário, com impacto nas condições económicas e de desenvolvimento do bem-estar na

sociedade. Em 2021 e 2022, os dados registaram uma recuperação para níveis de produtividade próximas de 2019, sendo que em 2022 ultrapassámos de forma positiva os níveis anteriores à crise de 2009.

 Depois de um período de crescimento do PIB entre 1999 e 2008 em diversos países europeus, no seguimento da introdução do euro em 1999 e o alargamento dos países na EU entre 2004, e 2007, uma crise económica e financeira global ocorreu em 2009 com contrações de PIB e dos níveis de emprego. Entre 2010 e 2019 assistimos a uma fase de recuperação progressiva económica, tendo em 2020 com a pandemia COVID 19, as economias da EU registado uma nova crise financeira. Os dados demonstram uma recuperação económica em curso entre 2021 e 2022, sendo as tendências de futuro, de crescimento de produtividade, mesmo que com ritmos esperados inferiores ao registados entre 2010 e 2019 de cerca de 1%.

Comparando o impacto das duas crises, de 2009 e 2020, a última resultou numa contração mais significativa nas horas trabalhadas por pessoa, caindo cerca de 5.5.% adicionais face a crise anterior, na qual as horas trabalhadas por trabalhador reduziram em 1.4%. A recuperação económica em curso resulta num crescimento dos indicadores registados em 2021 nomeadamente a produtividade real por pessoa, num incremento de cerca de 4%, ao nível europeu. Esta tendência

é confirmada em 2022 pelos indicadores, com recuperação para níveis pré-crise. 

A análise dos valores de produtividade nos membros da EU, demonstra diferentes taxas de crescimento e variações significativas entre países. Apesar de se encontrar abaixo da média do valor absoluto da produtividade da EU, em sectores como a construção, áreas técnicas e científicas e em especial na arte, recreação e agricultura, Portugal regista taxas de crescimento de produtividade, extremamente favoráveis, acima da média europeia. Nas áreas financeiras e de comunicação, regista-se não obstante uma performance em termos de tendência de crescimento da produtividade na última década, desfavorável.

Ao nível do incentivo financeiro, a pesquisa demonstra que a chave para o incremento de receita salarial, corresponde à produtividade e criação de valor, individual e coletiva. A teoria económica enfatiza que o tecido empresarial considera de forma enfática a relação entre o custo e o ganho associado a cada um, no estabelecimento da sua remuneração, sendo o mercado de trabalho competitivo, e tendo o mesmo impacto proporcional no bem-estar social.

Quando refletimos em quem deve ser “responsabilizado” por este proposto caminho de incremento adicional da produtividade nacional, responderia, todos, e cada um



Quando refletimos em quem deve ser “responsabilizado” por este proposto caminho de incremento adicional da produtividade nacional, responderia, todos, e cada um individualmente. Motivar e envolver equipas, motivarmo-nos para a envolver, nas decisões, estimulando a ambição, acreditando e colaborando.


individualmente. Motivar e envolver equipas, motivarmo-nos para a envolver, nas decisões, estimulando a ambição, acreditando e colaborando. Colaborando entre equipas, entre entidades, entre sectores. Tecido empresarial, universidades, estado, considerando-nos partes interessadas colaborativas, sinergéticas e interconectadas.

A complexidade burocrática, fiscal e jurídica de Portugal, as fragilidades nas infraestruturas, nomeadamente de comunicação, como a necessidade de desenvolvimento da ligação ferroviária com a EU, serão aspetos a ser

A complexidade burocrática, fiscal e jurídica de Portugal, as fragilidades nas infraestruturas, nomeadamente de comunicação, como a necessidade de desenvolvimento da ligação ferroviária com a EU, serão aspetos a ser enfrentados, como passos essenciais a ser resolvidos, no caminho a seguir para um incremento pratico da eficiência, e, portanto, da produtividade em Portugal.

Deste modo deveremos propor-nos enquanto sociedade, debruçar-nos sobre a necessidade de efetiva eficiência da administração publica, na agilização burocrática, fiscal e jurídica, permitindo assim que ideias, iniciativas e motivações de uma população qualificada, empenhada e efetivamente criativa, que, não obstante da equação numérica da produtividade publicada, corresponde a recursos de elevado valor de mercado, no palco global. Mercados consolidados e emergentes, olham para Portugal como o destino desejável, demonstrado pela vontade de integrar a nossa cultura.

Para o futuro, proponho focar-nos no fortalecimento da vontade individual de contribuir para o todo, mas também no desenvolvimento de políticas de estimulação económica com transformação estrutural, e aplicação efetiva dos fundos comunitários do Plano de Recuperação e Resiliência ou do Portugal 2030, numa revolução essencial para a apoiar a capacidade executiva, reduzindo obstáculos e apoiando a iniciativa.

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