Mas hoje estamos aqui para falar de 5 das razões mais apontadas, e são elas:
#1 - MÁ GESTÃO PELA CHEFIA DIRETA
É comum dizer-se que as pessoas não deixam más empresas, deixam maus chefes.
Desde a microgestão (problema extremamente comum) ao bullying, esta é de longe a principal razão apontada para a saída de uma empresa.
Existe um enorme problema de liderança nas nossas empresas, e grande parte dele é motivado pela falta de treino e de bons critérios de promoção.
Só porque uma pessoa é muito boa tecnicamente numa determinada função, isso não faz dela, necessariamente, uma boa líder. As competências necessárias em cada caso são totalmente distintas!
A boa notícia é que as competências de liderança podem ser ensinadas e treinadas, a má é que não basta enviar as pessoas para 2 dias de formação ou contratar um speaker para falar do tema.
As empresas têm que ir mais longe e criar programas de formação e acompanhamento de novos líderes, bem como alterar os critérios de promoção para que sejam baseados em competências de liderança (como a empatia, a escuta ativa, a influência ou a capacidade de resolver conflitos e dar feedback) e não apenas nas competências técnicas.
#2 - MAU AMBIENTE DE TRABALHO
Um mau ambiente de trabalho contribui para aumentar os níveis de stress e ansiedade e promove a desconfiança e o conformismo.
Todos nós precisamos de nos sentir seguros e apoiados para sermos capazes de admitir quando erramos ou fazer perguntas e pedir orientação quando não sabemos o que fazer.
Em ambientes tóxicos, altamente competitivos ou agressivos, as pessoas têm medo de falar (nas reuniões, normalmente só o “chefe” é que fala), procuram bodes expiatórios e empurram os problemas para debaixo do tapete.
E enquanto as pessoas estão ocupadas a defenderem-se dos colegas ou dos chefes, não estão focadas em fazer bem o seu trabalho nem a contribuir para o crescimento da empresa.
Só criando ambientes de confiança e de colaboração, assentes em orientações comportamentais bem definidas e onde os líderes deem consistentemente o exemplo é possível exponenciar a felicidade, a produtividade e a lealdade dos colaboradores.
#3 - FALTA DE DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL
A falta de perspetivas de crescimento profissional e de evolução na carreira é, infelizmente, uma realidade em muitas empresas.
Em muitos casos não há sistemas de avaliação nem conversas formais para perceber a situação em que os colaboradores se encontram, bem como as suas expetativas face ao futuro.
Recomendo sempre aos meus clientes e alunos que tenham pelo menos uma conversa por ano com os seus colaboradores chave, num ambiente seguro e de total abertura.
É inacreditável o feedback que recebo após essas conversas: “Trabalho com esta pessoa há 20 anos e nunca imaginei que...”.
É necessário planear atempadamente o percurso dos colaboradores, auscultar e gerir regularmente as suas expetativas e, caso efetivamente não existam soluções adequadas – pela dimensão da empresa ou qualquer outro motivo – planear a sucessão, garantindo a passagem de conhecimento antes da saída.
#4 - FALTA DE EQUILIBRIO ENTRE A VIDA PESSOAL E PROFISSIONAL
O equilíbrio entre o tempo dedicado ao trabalho, à família, aos amigos e a nós próprios é fundamental para a nossa saúde física e mental.
Já está mais do que provado que mais horas de trabalho não se traduzem em maior produtividade, muito pelo contrário!
No entanto, ainda abundam os locais de trabalho onde quem sai a horas é considerado preguiçoso (vs. eficiente), onde é “crime” sair antes do chefe e onde o número de horas trabalhadas é a medida da competência e da dedicação à empresa.
As empresas têm que apostar em clarificar objetivos e prazos, implementar sistemas de monitorização e dar autonomia com responsabilidade às pessoas para que os cumpram.
#5 - FALTA DE RECONHECIMENTO
Trabalhar afincadamente e não ver esse trabalho ser reconhecido ou valorizado é uma das principais fontes de desmotivação no trabalho.
O reconhecimento sincero tende a fazer mais pela motivação das pessoas e pela sua lealdade à empresa do que qualquer outro tipo de incentivo.
A palavra-chave aqui é “sincero”. Não chega dar a proverbial pancadinha nas costas e dizer “Excelente trabalho!”.
Quanto mais específico, atempado e público for o reconhecimento – demonstrando um conhecimento detalhado do trabalho que a pessoa fez e do impacto que teve, perante os colegas e/ou chefias – mais eficaz ele é.
O reconhecimento traz inúmeras vantagens: não só motiva a pessoa que o recebe, promovendo a sua autoconfiança, produtividade e lealdade como também proporciona direção e esperança às restantes pessoas.