ANTÓNIO NOGUEIRA DA COSTA
CEO da efconsulting | docente e membro do N2i do IPMaia
Novas gerações, novas vivências e atraem novas ou antigas profissões?
A continuidade da raça humana está suportada na gestação e nascimento de novos seres que, tipicamente, viverão num contexto familiar e protetor até alcançarem uma determinada capacidade de sobrevivência e desenvolvimento autónomo.
A família assume-se de forma natural como a envolvente mais próxima e impactante no desenvolvimento da pessoa, complementada pela significativa, crescente e contínua influência do mundo externo - a socialização começa muito cedo e é cada vez mais envolvente (creche, infantário, ensino obrigatório, profissional, superior, …).É, pois, muito natural que estas células sociais influenciem e até condicionem a personalidade e o desenvolvimento de cada um dos seus membros, em especial os mais novos. Um/a jovem que nasça no seio de uma família que possui um negócio – seja ele micro ou de grande dimensão – rapidamente vai sentir e experienciar uma variedade de situações que impactarão de forma significativa o seu futuro formativo e profissional, em especial quanto ao sentimento de atratividade ou de repulsa pelas atividades em que se viu imerso.
Na linguagem atual de negócios, pode-se dizer que estes/as jovens podem possuir vantagens comparativas – “filhos do ferreiro não têm medo de fagulhas” - relativamente a outros que não vivenciam tais imersões.
O 1º quartil deste século proporciona um conjunto de condições
ímpares - de acesso a formação, experiências, diversidade de oferta, novas e inimagináveis profissões, mobilidade, … - que confronta as novas gerações, para além das suas legítimas vontades e em especial as nascidas no seio de famílias empresárias®, com uma ambivalência:
• Dedico-me ao desenvolvimento pessoal numa perspetiva de integração imediata nos negócios da família?
• Envolvo-me em novos contextos que me proporcionarão o envolvimento em distintas atividades ou negócios dos atuais da família?
Um/a jovem que nasça no seio de uma família que possui um negócio rapidamente vai sentir e experienciar uma variedade de situações que impactarão de forma significativa o seu futuro
Qualquer uma das opções é legitimamente válida, potenciadora de
favorável à família empresária® e seu patrimúltiplas vantagens, desvantagens e mónio empresarial:
• Quem decide integrar “desde sempre” o negócio familiar, ganha em rápido conhecimento interno, mas corre o risco de não percecionar ou ganhar competências que as realidades externas proporcionam;
• Quem decide partir para o “desconhecido” vai criar e gerar competências de desenvolvimento individual e coletivo noutras entidades, mas que no futuro poderão acrescentar valor à empresa familiar.
Neste contexto, acredito que proporcionar às novas gerações vias que facilitem a aquisição de uma maior amplitude de alternativas formativas e de experiências profissionais ou empresariais, será um enorme desafio – em especial para as empresas familiares - mas também a melhor opção para se ter pessoas implicadas, felizes e geradores de um mundo melhor.