Regina – sabores que nos fazem viajar no tempo
Quem não se lembra das máquinas de furos da Regina, das tabletes de aromas e das famosas sombrinhas?!
Por Fernanda Silva Teixeira
C om mais de nove décadas de existência, a Regina vem traçando um percurso completo e inovador no mundo dos chocolates, sendo, ainda hoje, a maior marca de chocolates portuguesa. Pertença do Grupo Imperial, em qualquer supermercado encontramos produtos Pantagruel, amêndoas com chocolate das marcas Regina e Jubileu, as deliciosas Pintarolas, entre outros. Para além de nos contar a história da marca, Manuela Tavares de Sousa, Presidente do Conselho de Administração da Imperial, admite preocupação com o futuro, sobretudo devido à “instabilidade económica, a inflação crescente e a diminuição do poder de compra”.
Start & Go - Quem é e como surgiu a Regina?
Manuela Tavares de Sousa - O nome Regina provém da palavra latina Regina, que significa literalmente “rainha”. Fundada em 1927, foi na Rua Sá de Miranda, em Lisboa, que começou a ser construída a deliciosa história da marca portuguesa de chocolates mais querida de várias gerações.
Com mais de nove décadas de existência, a Regina vem traçando um percurso completo e inovador no mundo dos chocolates, sendo, ainda hoje, a maior marca de chocolates portuguesa. A aquisição da Regina pela Imperial dá-se na viragem para o novo século. A partir daí, a Imperial inicia um novo ciclo de vida da marca, apostando na recuperação do seu portefólio, nomeadamente da máquina de furos da Regina, nas tabletes de aromas e nas famosas sombrinhas, produtos que fazem parte da memória coletiva dos consumidores nacionais.
S&G - Qual a relevância do setor para a economia local e nacional?
MTS - O mercado de chocolates vinha a registar, no período pré-pandemia, uma interessante trajetória de crescimento. Cresceu, em 2019, cerca de 6% em valor e 4% em volume, destacando-se, aqui, o segmento de frutos secos cobertos com chocolate e os bombons. Com a chegada da pandemia, a tendência inverteu-se: o mercado decresceu 2,4% em valor, afetando, nomeadamente, os segmentos de mercado mais associados às quadras festivas. Ainda assim, outros segmentos, como as tabletes de chocolate para consumo
familiar e os produtos para culinária, de uma forma geral, registaram um aumento da procura. Após o decréscimo verificado durante o período de Covid, especialmente nos segmentos de carácter sazonal/festivo, o mercado de chocolates está num momento de recuperação e crescimento.
Este crescimento é visível não só pelo incremento face há 2 anos, sobre o qual o mercado cresce 20%, mas também comparativamente com o último ano móvel onde regista um crescimento médio de 9%. Refira-se, também, que, apesar de ainda não acompanhar o consumo per capita de outros mercados europeus, o consumo de chocolate tem verificado um aumento generalizado em Portugal. O facto de os consumidores procurarem, mesmo em momentos mais difíceis, produtos de conforto e com uma forte associação ao bem-estar e prazer, como é o caso do chocolate, reforça a posição do setor dos chocolates como um setor com cada vez maior relevância para a economia local e nacional. Há, ainda assim, um longo caminho a percorrer e que poderá, e deverá, passar pela redução do IVA deste tipo de produtos, tal como acontece, por exemplo, em Espanha.