FERNANDA TEIXEIRA
jornalista freelancer | Formadora
Como as marcas se podem relacionar com os Órgãos de Comunicação Social?
Quando me convidaram a escrever como as marcas se relacionam com os Órgãos de Comunicação Social? – aceitei, uma vez que, sou jornalista há duas décadas, com uma vasta experiência na área da economia e uma relação bastante próxima com o tecido empresarial português. Acredito que todas as marcas precisam de criar uma relação de proximidade com o seu público e de chegar ao maior número possível de potenciais consumidores.
É através da publicidade, campanhas de marketing, assessoria de imprensa, do jornalismo e de outras ferramentas de comunicação estratégicas que se cria a notoriedade de uma marca. Nesse sentido, a comunicação é essencial à criação desta interação, pois sem um feedback dos consumidores a marca não cresce nem se aguenta num mercado cada mais competitivo e acelerado.
Foi o norte-americano Ivy Lee, ex-jornalista de economia dos jornais ‘The New York Times, New York Journal e New York World’, o responsável por introduzir no mercado a oferta de um conjunto de serviços inéditos ao nível da informação empresarial, informações
que as próprias empresas autorizavam a ser apuradas e divulgadas, com o objetivo de atingir a opinião pública – dando assim inicio à divulgação das marcas. Para além de cativar o público, para Lee era importante cativar os media, uma vez que através da divulgação por parte destes a marca conseguiria ter um maior reconhecimento por parte do público.
A verdade, é que para se fazer notar, a marca tem de ser bem entendida, seja pelo público, pelos clientes ou pelos órgãos de comunicação social (media). Qualquer organização tem de aparecer, de ser falada, elogiada e até criticada. E os jornalistas continuam a ter um grande poder na amplificação e credibilização da mensagem. Como tal, o relacionamento com os media continua a ser decisivo na construção da reputação de uma marca.
Porém, é quase “impossível” falar da relação entre as marcas e os OCS – Órgãos de Comunicação Social, sem falar de outros protagonistas, como a assessoria de imprensa. Esta é apresentada como um serviço especializado que coordena as atividades de comunicação social entre um determinado assessorado (empresa, instituição, marca, etc.) e os seus públicos.
Segundo J. Martins Lampreia “o assessor de imprensa pode e deve assumir-se como um informador privilegiado dos jornalistas”, sendo responsável pela seleção de informação, posteriormente enviada aos jornalistas, que desta forma, podem ver o seu trabalho facilitado. Contudo, é importante referir que, o jornalista só publica as informações que entende relevantes. É ao jornalista (e ao órgão que representa) que cabe aceitar ou recusar a divulgação ou publicação de qualquer informação. É por isso importante, a clareza, a imparcialidade, e a intenção da notícia fulcral para um trabalho bem feito.
Não obstante, um jornalista tem de conseguir ser imparcial quando escreve, pois, a sua função é informar, não influenciar. Uma linha ténue que, com o aparecimento da Internet e das redes sociais, tornou este trabalho cada vez mais difícil.
A verdade é que as notícias acabam sempre por influenciar a opinião dos seus leitores pois são elas a fonte de informação da sociedade em geral. Os meios de comunicação são os canais de acesso à opinião pública. É através deles que são apresentados e (re)conhecidos produtos, serviços, ideias e opiniões.