Viarco – uma marca com história
Os leitores com mais de 40 anos, provavelmente, lembrar-se-ão dos famosos lápis de fundo branco com a tabuada em azul e uma pequena borracha na ponta do mesmo. Este e outros são produtos icónicos da Viarco, uma marca portuguesa com mais de 80 anos de existência. Contudo, para sobreviver, a empresa, que vai já na sua 4ª geração, foi forçada a reinventar-se. Para nos falar um pouco de todo este processo, conversamos com José Vieira, bisneto do fundador e atual administrador da Viarco.
Por Fernanda Silva Teixeira
Mas, comecemos pelo início. Estávamos em 1919 e Manoel Vieira Araújo era um industrial de chapelaria, estabelecido em São João da Madeira, que sentia necessidade em diversificar o risco da sua atividade. Em 1931, compra então a Fábrica de Lápis Portugália, uma unidade industrial vila condense que estava falida devido à Grande Depressão de 1929/31.
Cinco anos depois, o bisavô do atual administrador regista a marca Viarco, sendo esta a junção das iniciais do nome da empresa: Vieira Araújo e Companhia Lda. A fábrica, continuou a laborar em Vila de Conde durante mais 10 anos, após os quais Manoel Vieira Araújo transferiu toda a unidade, incluindo os trabalhadores, para São João da Madeira, onde ainda hoje se mantém. Até aos anos 70, o desenvolvimento da Viarco foi bastante próspero. Para isso, muito contribuiu o facto de Portugal ser um mercado fechado, com limitações à importação, uma vez que o país vivia em ditadura. Com a chegada da democracia, os responsáveis da empresa tomam consciência que seria necessário fazer um conjunto de investimentos, mas o receio falou mais alto. Entretanto, Portugal entra na União Europeia (UE) e a crescente concorrência no mercado, com o que de melhor de fazia no mundo, motivou ainda mais hesitação na implementação dos necessários investimentos na fábrica.