o comportamento humano numa linguagem cada vez mais acessível. De uma forma simplista, face à profundidade, qualidade e diversidade dos estudos levados a cabo, apresento-vos algumas razões que justificam a atenção sobre este tema.
Arthur Kramer, enquanto professor e investigador, tem estudado extensivamente a influência do exercício físico na neuroplasticidade evidenciado a sua influência na memória, na plasticidade cortical e na manutenção das funções neurológicas. Na verdade, Kramer tem investigado o impacto da prática de exercício nas várias gerações, contribuindo para a investigação sobre a longevidade das funções cognitivas e neurológicas.
Andrew Huberman, neurocientista e professor, tem estudado e comunicado ativamente a relação entre a neuroplasticidade, o exercício físico e a produtividade humana. Através do podcast de divulgação científica com cobertura global, Huberman defende uma combinação de fatores e açóes rotineiras benefícas para o organismo, muitas delas ancoradas à realização de exerício físico enquanto gatilho para uma maior capacidade de atenção e foco. Para além dos efeitos das ações, Huberman explica-nos o papel de neuro moduladores como a dopamina, serotonina, adrenalina e epinefrina nestes processos, bem como a sua relação com os fatores que podem maximizar ou reduzir a nossa capacidade produtiva.
Em adição, Wendy Suzuki defende a relação entre o exercício físico, o impacto no aumento do hipocampo em adultos, na formação de novas conexões neurais e na recuperação de lesões cerebrais. Suzuki, é também autora de um livro que pode capacitar-nos para uma melhor compreensão destes benefícios :“Healthy Brain, Happy Life”, que remonta ao ano de 2015.
No livro é explicada a relação entre o exercício físico e o bem-estar, incluindo a melhoria da memória, a rapidez de trabalho a agilidade na performance de diferentes tarefas.
Em linha com a experiência empírica de Suzuki partilhada no seu livro, também eu confirmo a influência do exercício físico na produtividade. Se há cerca de uma década descobri no fitness o foco, a disciplina e a resiliência, no início deste ano encontrei na natação uma ferramenta eficaz para o controlo da ansiedade. Ao lado da prática de exercício físico, da motivação por ela gerada e das habilidades motoras em desenvolvimento, é irrefutável a influência do exercício sobre a manutenção do bem-estar geral.
Ancorado a um processo de extrema complexidade influenciado pela herança biológica e cultural, o comportamento funciona, na verdade, como gatilho para a alteração do cérebro humano. Neste contexto, o movimento constitui apenas um primeiro passo em torno da manutenção de um cérebro saudável, condição na qual reside a prática desportiva com impacto direto na tão aclamada e desejada neuroplasticidade humana.