férias, não tem nada aver com paisagens luxuriantes, não tem nada a ver com um mar transparente de águas calmas e mornas e não tem nada a ver com bronzeados nem com sunsets…
A rutura com a infinidade de estímulos que estamos habituados a receber diariamente é brutal e ainda que eu não saiba se o silêncio absoluto existe, pois no limite teremos como companhia os batimentos do nosso coração, há momentos em que senti que estive perto desse absoluto. Nestas circunstâncias era inevitável lembrar-me da “janela de johary” e sentir que alguns daqueles quadrantes se puderam expandir um pouco mais.
Quanto melhor nos entendemos, porventura maior será a nossa autoconfiança, e aquelas experiências propiciam de facto um aprofundar da autoconsciência, mostrando-nos com maior autenticidade quem somos nas nossas fraquezas e nas nossas forças.
Saímos dali a respeitar ainda mais a diferença, a interiorizar que há vidas muito peculiares e que há pessoas que fazem do mundo um local melhor. Saímos dali a perceber melhor os nossos limites, revigorados e a sentir que podemos fazer mais. Saímos dali com uma vénia aos que optam por uma vida de clausura, pois dão-se e provam poder fazer muito por quem está do lado de fora daqueles muros.
REGRESSAR
Estalemos agora os dedos, acordemos deste sonho e regressemos ao nosso mundo!
Num artigo publicado pela McKinseys’s recomenda-se que aprendamos a praticar a calma deliberadamente e são deixadas 4 pistas de como o fazer. Parar e avaliar quais as situações que requerem uma ação imediata. Respirar de modo a acalmar o corpo. Ter presente que em situações de tensão o nosso corpo se prepara para lutar ou fugir ainda que por vezes fique imobilizado; talvez se possa procurar um equilíbrio num meio termo que envolva movimento mas sem fuga ou luta. Por último, desacelerar colocando perguntas aos outros e a nós próprios, escutar, refletir e aprender com isto.
Atenção. Estamos de regresso e convém não cairmos numa qualquer ingenuidade conveniente, pois aquilo que temos que fazer, ninguém vai fazer por nós. Voltemos à pista revitalizados através de mais este caminho percorrido, valorizando de forma crescente coisas tão simples como o silêncio, que num qualquer processo de venda, e não só, revela ser de uma importância extrema.
É possível que, chegados aqui, algum leitor diga qualquer coisa do tipo:
- Ok, já percebi a mensagem e onde é que fica então esse lugar?
Bom…, em primeiro lugar, não vim de lá com nenhum sermão encomendado. Depois, não se trata de um local de acesso público que se possa recomendar aos amigos. Adicionalmente esta é uma experiência eminentemente pessoal e por fim, se algum interesse existir, isto é algo que deve ser procurado e encontrado por cada um, pois não há receitas mágicas que possam ser replicadas. Não nos deixemos distrair com aspetos secundários.
Estamos novamente por cá altamente energizados, temos no próximo mês outra vez o contador a zero e isso… é fantástico!