CARLOS BRITO
Professor da Universidade do Porto – Faculdade de Economia e Porto Business School
Marketing: 10 transformações que moldaram a última década
Os últimos dez anos testemunharam mudanças significativas no âmbito do marketing, em larga medida impulsionadas pelos avanços tecnológicos no domínio da digitalização e por alterações no comportamento dos consumidores… tudo isto afetado por uma pandemia que, em muitos casos, acelerou tendências que já vinham detrás.
e que mudanças estamos, então, a falar? Creio que podemos sintetizar em dez pontos as principais transformações que o marketing conheceu ao longo da última década.
1. Redes sociais
A enorme importância assumida pelas redes sociais – como Facebook, X (ex-Twitter) e LinkedIn – tornou-as peças fundamentais no âmbito das estratégias de marketing. Com base nessas plataformas, as marcas passaram a ter uma capacidade muito maior, não só para potenciarem o engagement dos clientes através de uma crescente customização, mas também para criarem comunidades de consumidores que compartilham entre si conteúdos de maneira mais direta e personalizada.
2. Conteúdos visuais
O conteúdo visual, especialmente o vídeo, ganhou enorme destaque ao longo da última década. Plataformas como YouTube, TikTok e Instagram tornaram-se canais importantes para as marcas alcançarem os seus públicos-
-alvo de maneira mais dinâmica e envolvente. Isto, a par de suportes mais tradicionais como os próprios websites que, em muitos casos, passaram a funcionar como “prova de vida” na medida em que não estar presente na Internet passou a ser sinónimo de irrelevância ou mesmo de inexistência.
3. Influencers
O recurso a influenciadores cresceu exponencialmente. Se no passado o endorsement era tipicamente feito por personalidades com notoriedade pública, a proliferação das redes sociais fez com que as marcas passassem a recorrer a pessoas “vulgares” para promoverem os seus produtos e serviços – pessoas que, tendo como único asset enormes bases de seguidores, proporcionam abordagens aos clientes mais direcionadas e (aparentemente!) mais autênticas.
4. Comércio eletrónico
O e-commerce e, mais recentemente, o m-commerce experimentaram um crescimento significativo, um fenómeno que acelerou durante o confinamento imposto pela pandemia do Covid-19.
Apesar de algum abrandamento posterior, a verdade é que o comércio eletrónico veio para ficar, impulsionado pela conveniência e pela crescente disseminação e facilidade de uso dos dispositivos móveis.
5. Plataformas colaborativas
As transformações decorrentes da digitalização não se restringiram à forma de comunicar e comercializar. O uso crescente de plataformas colaborativas propiciou o surgimento de novos modelos de negócio assentes na interação em rede entre utilizadores – com frequência provedores de serviços – que compartilham recursos e coordenam atividades. Uber, Airbnb e Spotify são alguns dos casos com maior notoriedade, mas muitos outros existem, mormente no âmbito do coworking, algo que também foi potenciado pela crise sanitária que se viveu.
6. Experiência do cliente
As empresas passaram a dar mais importância à experiência dos clientes enquanto diferencial competitivo. Mais do que venderem produtos e serviços,