Vejamos então qual pode ser o percurso do consumidor tocando sucintamente em cada uma das 5 fases.
Atenção - Os consumidores são expostos a uma multiplicidade de marcas que não estão obrigatoriamente indexadas a estratégias de marketing altamente estruturadas. Efetivamente, todos sabemos que, por exemplo, a leitura acidental do testemunho de um Cliente, pode espoletar o acender desta luz.
Atração – Depois de um processamento inicial de várias mensagens, os consumidores são atraídos somente para uma curta lista de marcas num processo de filtragem muitas vezes feito até de forma, senão completamente inconsciente, pelo menos, altamente subjetiva.
Aconselhamento – É neste estágio de pesquisa ativa por mais informação, feita diretamente junto das marcas, junto da família ou amigos, através das avaliações de Clientes ou até de testes a um produto, que o caminho do consumidor muda de individual para social.
Ação – Esta, considerada ainda por muitos como a derradeira fase, consiste, como o próprio nome indica, na passagem à ação por parte do consumidor e não se trata obrigatoriamente de uma compra.
Advocacia – Quando as pessoas criam um forte envolvimento com a marca podem ser impelidas a defenderem-na, a contarem boas histórias acerca dos seus méritos, tornando-se como que advogados que defendem a sua causa até ao limite das suas forças.
A Influência
Apesar do Modelo dos Cinco Ás nos ser apresentado de uma forma devidamente organizada, deve ter-se em conta que nos dias de hoje o percurso do consumidor não é necessariamente um funil, não segue um único padrão e, portanto, esta sequência nem sempre é religiosamente seguida. Ainda que os consumidores possam saltar entre estágios ou até deixar cair alguma fase, interessa vincar que estamos perante
uma ferramenta flexível que, além de poder ser aplicada aos mais variados setores de atividade, nos oferece a possibilidade de identificarmos com mais clareza um percurso que pode ser comparado e utilizado estrategicamente.
É um lugar comum referir-se que as empresas existem porque há Clientes, mas convém ter isto mesmo muito presente para não nos desviarmos do caminho e continuarmos do lado certo da história. Se a derradeira meta é maravilhar os Clientes ao ponto destes se converterem em advogados fiéis, então pode ser útil relembrar que vivemos dias nos quais estamos expostos a um excesso de “tudo”, pelo que, navegando entre mais mobilidade e conectividade, com escassez de tempo para tudo o que se quer fazer e com níveis de concentração a reduzirem-se, as empresas têm mesmo que fazer escolhas. Sem saber como será o dia de amanhã, hoje é muito claro que não é pelo facto de uma marca se por aos berros e lembrar-se de maximizar os pontos de contacto com os Clientes, que ela vai aumentar a sua influência e ser mais eficaz na comunicação.
Perceber o percurso do consumidor, identificar os seus pontos de contacto com a marca e selecionar onde se pode intervir para entregar um valor diferenciado podem ser algumas boas práticas, que excluem aquela ideia fantasiosa de um contacto omnipresente que, a ser real, seria até porventura intrusivo e algo sufocante. As decisões que um consumidor vai tomando através dos 5 Ás são impactadas por uma combinação de três fontes principais de influência que as empresas podem usar com mais ou menos eficácia.
Influência Externa - Tem origem em fontes exteriores ao Consumidor e cabem aqui iniciativas de marketing, Equipas de Vendas, Customer Success, etc. Tudo isto está do lado da empresa/marca e portanto esta capacidade de influenciar pode ser gerida a começar desde logo pela mensagem, pelos meios e pela frequência.
Influência de Outros – Neste nível, em que o consumidor poderá estar em diálogo com amigos e familiares, não é fácil para as empresas gerir e controlar o resultado desta influência. Contudo, estamos longe de atirar a toalha ao chão, pois a influência dos outros vem também das conversas nas redes socais e pode ser por isso importante saber se temos por lá influenciadores ou advogados fieis, a dar testemunhos reais daquilo que somos capazes de entregar.
Influência Própria – Assumindo que esta é a influência que emana do próprio consumidor, poderíamos ser levados a pensar que este é mesmo um terreno interdito às empresas. O que se passa é que nenhum homem é uma ilha e aquilo que entendemos ser a nossa própria vontade, resulta também das nossas experiências, das interações que tivemos com as marcas, do boca a boca (dos outros) e da publicidade (externa).
As três grandes fontes de influência estão portanto sempre interligadas.
As Pessoas
As empresas são sobretudo pessoas e estas, ainda que possam ter a sua autonomia e o seu espaço de atuação, são também condicionadas pela estratégia definida, por normas, por práticas enraizadas, por prioridades, pela conjuntura, por critérios de racionalidade económica e por uma cultura organizacional que pode ser mais ou menos mobilizadora.
Nas Vendas os objetivos são quase sempre muito desafiantes, há comissões que têm que ser ganhas, os objetivos são para atingir, cada um tem que contribuir com a sua parte para o bolo final e portanto, há que arregaçar as mangas e ir à procura de construir os resultados dia após dia. Os profissionais de vendas estão habituados a isto, não se deixam abater com facilidade e sabem que cada “não” que ouvem, só os aproxima do próximo “sim”. Contudo, quando ouço falar do dilema das vendas, é porque chegou o momento de reiterar que temos que ser muito claros na nossa atuação e separar completamente as águas. Um vendedor, suportado numa necessidade que