As questões “Onde estou? O que pretendo? Onde quero estar?” estão no âmago do desenvolvimento de qualquer
estratégia. Contudo, neste momento, as interpelações deverão, antes, considerar:
a cooperação, flexibilidade, ajustamento e contributo.
Não há uma
fórmula certa para contrariar as consequências negativas deste fenómeno
provocado pelo COVID-19, mas o caminho tem que ter um princípio, e é refletindo
e debatendo que poderão surgir as possíveis soluções.
A imposição do confinamento social
obrigou a uma série de alterações nos nossos hábitos e rotinas. Nunca antes, o
recurso digital se afirmou, tão amplamente, como um bem essencial à vivência
diária das pessoas.
A partir de casa, trabalhamos,
estudamos, fazemos compras, recorremos a videochamadas para comunicar com
familiares e amigos, assistimos a peças de teatro, visualizamos filmes, temos
acesso a concertos em direto, fazemos exercício físico, os telejornais recorrem
aos comentadores via Skype, entre outros. Desta forma, a sociedade sustenta-se na tecnologia e o mundo digital dá
vida ao isolamento.
Noutros tempos, a experiência desta
crise, dada a obrigação de confinamento, seria muito mais penosa impossibilitando-nos de manter um
certo nível de normalidade.
Por exemplo, a continuidade de
algumas atividades profissionais, falo do teletrabalho, que estando em modo
experimental pelas
condições que estamos a viver, afigura-se como emergente e disruptiva e, pode
significar um novo paradigma para a cultura laboral.
Os que eram mais céticos em relação a
esta modalidade poderão, agora, tirar ilações e verificar resultados em termos
da sua viabilidade produtiva.
Vemos, então, que as circunstâncias
apesar de adversas podem gerar novos padrões, formas de desempenho e
desenvolvimento.
O pensamento reflexivo perante a
necessidade de reestruturação tem de estar nesta base de entendimento.
O papel do digital é, assim, de suma
importância no contexto que estamos a viver.
Em alguns setores de atividade, a
ponderação de migrarem, ou adaptarem os seus negócios ao mercado online poderá ser a alternativa viável para a recuperação de clientes
e estabilização de vendas.
Atendendo a uma boa estratégia
digital, tendo como principais vantagens a ampliação e redução de custos, a web
traduz-se num excelente veículo para as empresas que não têm uma presença
significativa na internet.
Manter o negócio dinâmico através do digital, representa
nutrir o relacionamento com o público, o que pode significar num futuro próximo
conversões propícias para gerar vendas.
Com as atividades estagnadas
verificamos algumas práticas que demonstram o esforço neste sentido, por
exemplo: companhias de teatro que disponibilizam a visualização de peças nas
suas plataformas digitais; os músicos que realizam lives em forma de concertos,
festivais de cinema como o My Darling Quarintine que, além de transportar o
festival para o online associou à sua
ação uma vertente solidária.
Face ao presente cenário, os
conteúdos deverão fundamentar os seus argumentos numa vertente de incentivo,
assente em temáticas de motivação e estímulo, a incluir em vídeos, posts para
redes sociais, artigos, etc.
Do mesmo modo, os conteúdos
pedagógicos relativamente a sistemas de apoios e dicas informativas de suporte
às empresas, podem ajudar na orientação da estratégia para a reedificação do
seu negócio.
Tal como já foi referido, a época é de cooperação e interajuda. A difusão de informação de atitudes e comportamentos assertivos, no contexto empresarial é de peculiar importância perante o atual panorama conturbado. É num conjunto de ideias que pode surgir solução.
O foco está de, momento,
nas ações que visam à recomposição e reestruturação das empresas. Contudo, não
deixe de acompanhar e manter-se atualizado sobre os conceitos tecnológicos,
como a internet of things, realidade virtual, inteligência artificial,
robotização, cibersegurança, entre outros. Assim como, estar informado sobre
ferramentas de recurso e auxílio no trabalho de ações digitais que são lançadas
no mercado.
Estar familiarizado com
estes e outros conceitos ajuda-o nos “inputs”
que transporta para o seu negócio. Ter em mente que o fenómeno disruptivo assenta num processo de ciclos de renovação que
nos permite redescobrir, incidir, inovar. E agora, mais do que nunca!
Certa que depois disto, a
presença do digital traçará novos caminhos, este momento atípico obriga-nos à
reinvenção. As épocas de crise têm a sua maior franja de caráter negativo, mas,
por outro lado, são testes à resiliência e ao poder da nossa capacidade de
superação e mudança.
A incerteza é infelizmente, a
condição premente. O que se segue a este episódio de pandemia será o modo de
sobrevivência das empresas, quanto a isto não podemos ter ilusões. É altura de
sermos criativos quanto às metodologias de marketing e processos de gestão, perceber
o que o digital é capaz de oferecer e explorar ferramentas que podem contribuir
substancialmente para o nosso modelo de recuperação, antecipar cenários e
pensar nas opções para as circunstâncias menos positivas.
Essencialmente, façamos com que tudo isto nos possibilite aprendizagem e experiência.