GORETI SILVA
Gestora de projeto, Workbrand
Fotografias D.R.
REVOLUCIONARY E-COMMERCE - A forma como compramos está a mudar
Na Ásia, o e-commerce tem vindo a desenvolver-se desde a pandemia do SARS em 2003. Foi nessa altura que se deu o grande impulso, motivado pela necessidade de aquisição dos bens de consumo de forma segura.
tualmente, o comércio eletrónico está fortemente implementado na China, dando espaço a formatos alternativos de exibição dos produtos. O live streaming está em alta, denominado retail entertainment, é um crescente fenómeno nos principais sites de e-commerce.
Uma espécie de TV shop adaptada aos canais digitais com um toque de entretenimento, que durante alguns minutos de transmissão ao vivo pode produzir milhares de euros em vendas.
Esta tendência tem inerentes características, como, o divertimento e o envolvimento emocional do comprador. Os hosts pretendem elevar a experiência de compra, exibindo o storytelling do produto em direto, apregoando, propiciando concursos, jogos, promoções, etc. Tudo isto, para captar a atenção do utilizador, engrandecer o processo de compra e, essencialmente, monetizar o espetador.
Porém, o desenvolvimento em torno do comércio eletrónico não se limita às transmissões ao vivo, todo um ecossistema está a reinventar-se e em forte desenvolvimento:
• Mais players irão surgir para dar resposta ao aumento de compras online, e desta forma, abrir o leque de oferta;
• A criação de Showrooms e/ou demonstrações virtuais altamente personalizadas, surgirão para proporcionar ao comprador uma experiência realista;
• A forma como entregaremos as encomendas revolucionará o processo de entregas.
A inovação quanto a este processo perspetiva-se no sistema drone e robôs estafetas, que percorrem a cidade satisfazendo as necessidades de um delivery automatizado. A implementação destas metodologias já estão a dar os primeiros passos. Por exemplo, foi também, inserido no contexto da pandemia, que empresas chinesas de e-commerce utilizaram estes métodos inovadores na entrega de encomendas, com o objetivo de minimizarem o risco de contágio.
Um artigo da South China Morning Post, da autoria da jornalista chinesa Minghe Hu, descreve como estas empresas implantaram os robôs de entrega pela primeira vez. Segundo o artigo, os serviços de entrega não tripulados têm vindo a ser testados, e até, já existiam antes da pandemia, mas o surto potencializou a sua implementação. Os serviços de entrega sem motorista provavelmente florescerão no setor, pois, podem reduzir os custos de mão de obra e maximizar a eficiência.
EM PORTUGAL, SERÁ QUE ESTAMOS PREPARADOS PARA INTEGRAR ESTE NOVO MODELO DE COMERCIALIZAÇÃO?
Observamos que o exemplo chinês ilustra a resposta de contesto a um fenómeno impiedoso, explorar a outra face da moeda, é deveras a escolha de um caminho mais positivo. Declaradamente, as pandemias, além de devastadoras, são fortes abanões para alguns estados de dormência. A sensação de, “se temos que avançar é agora”, é ativada pela
necessidade de adaptação e reinvenção. A história universal está cheia de pontos de viragem baseados em ocorrências nefastas. Este é mais um.
Porém, em Portugal, o despertar para respostas impactantes que retaliem acontecimentos desta natureza, é dominada por uma certa brandura. A acrescentar uma conjuntura social e económica deficiente, que não abona a favor para um progresso mais acelerado em setores cruciais para o desenvolvimento do País.
Os dados do estudo “Global Digital Report 2020”, da We Are Social e da Hootsuite, demonstram que existem hábitos e tendências, significativos, de uso da internet, mas ainda, não se repercutem numa cultura forte de e-shoppers. A penetração da Internet em Portugal atingiu 83% em janeiro de 2020; entre 2019 e 2020 houve um aumento de +3,0% de utilizadores; 7 milhões de internautas têm redes sociais, o que significa uma penetração de 69%. No e-commerce, só 35% dos consumidores fizeram compras ou pagaram contas online. Contudo, 88% fizeram pesquisas de produtos ou serviços; 81% visitaram lojas online; 43% efetuaram compras através do computador e 33% via dispositivo mobile. Verificamos que o caminho está traçado, necessitamos é de acelerar as passadas.
No período de confinamento devido à pandemia, os dados revelam que houve um aumento de compras online, nomeadamente, em produtos tecnológicos e em cadeias de hipermercados. No entanto, também, aumentaram as queixas em mais de 200%. A ineficiência incide, essencialmente, nos atrasos e