Designers de Impactos
Muita gente vê
os Momentos como algo ligado ao tempo. Eu vejo momentos como sendo episódios de
Impactos. Porque estes têm por detrás um conjunto de propósitos, de
necessidades de auto-atualização e que provocam e definem a nossa capacidade em
Sentir (sentir mesmo no corpo, na alegria, na paz).
Todos nós
tivemos momentos definidores que moldaram a nossa vida. Obra do acaso, destino
ou de escolhas, de alguma forma foram as sensações e o seu alinhamento (ou
falta de) connosco que nos marcaram e nem tanto a duração, local e
eventualmente as pessoas envolvidas. Nesses momentos marcantes, comigo por
exemplo, sinto fluidez e verdade, seja o impacto mais positivo ou doloroso.
Numa
organização, alguns líderes e gestores ainda não têm consciência de que para
além de tudo o que já fazem, também são os maquinistas do comboio desses
momentos.
Em primeiro
lugar, através de conversas, da escuta ativa. Depois, por exemplo, incluírem as
pessoas nas dinâmicas dos processos de reflexão e decisão sobre a própria
organização, área funcional ou tarefa a executar.
Chip e Dan Heath, autores que acompanho regularmente definiram uma espécie de mapa ou blueprint sobre como esses Impactos podem ser ”desenhados”:
Assim sendo,
tudo isto implica que cada vez mais sejamos Designers. Cada vez mais o Design
toma um papel importante na Liderança e Desenvolvimento Organizacional –
utilizo-o de forma co criativa juntamente com colegas, parceiros e clientes em
temáticas como o Coaching, Self Leadership, Inovação, Equipas, Cultura, Problem
Solving, Estratégia, Customer Development, etc.
Mas existem
outros contextos mais subtis e intangíveis onde a criação customizada de
Impactos e Momentos é fundamental. Na Cultura e Workplace, não basta apenas a
arquitetura, os móveis, os espaços. Também é necessário desenhar o engagement,
a autonomia, os comportamentos e interações que as nossas Pessoas poderão
usufruir da forma mais equilibrada para elas e otimizada ao nível de resultados
e performance para a empresa.
Quando falamos
em tempo, numa organização, normalmente está associado a atingir resultados. Ou
seja, o tempo serve como grandeza de medida que esclarece ou mede os objetivos
a alcançar.
Mas no contexto
dum colaborador, a associação realizada é diferente. É sobre o que vive, sente,
contribui ou que o desafia. Os Heath utilizam uma expressão espetacular que vou
adaptar – diria então que resultados, processos e objetivos são a prosa. O impacto
positivo e equilibrado que eles têm nos colaboradores são a pontuação (!?;)
Em seguida, na
segunda parte deste artigo irei desenvolver cada um dos pilares do processo de
Design de Impactos, com uma abordagem mais detalhada dos fatores críticos de
cada um deles e com exemplos sobre podes aplicar os mesmos no teu dia-a-dia com
a tua equipa, colegas, pares, ou até mesmo líderes.
Porque, como
alguém muito próximo a mim costuma dizer, a Cultura é algo que se manifesta não
por banners, posters, ou coisas semelhantes.
Assim, a Cultura
é o que acontece quando o “chefe” não está. Cultura é um consenso sobre a
melhor forma de fazer as coisas. Peter Drucker dizia que a Cultura come
Estratégia ao pequeno-almoço. E do que eu vejo também almoça uma boa dose de
Comunicação Interna, lancha a Motivação e Alinhamento de Equipas e termina o
dia com uma farta dose de Produtividade e Resultados.
Faz sentido?