ANTÓNIO NOGUEIRA DA COSTA
CEO da efconsulting | docente e membro do N2i do IPMaia
As PME são o Futuro.
A grande maioria dos negócios têm a sua génese numa ideia de uma ou duas pessoas que desenvolvem um sonho que tem de ser concretizado. A maioria dos seus familiares e amigos dizem que é “único”, “não tem concorrência”, “vai ser um sucesso” …,
No entanto, tal como no caso de um ser vivo, os negócios nascem para morrer. É possível identificar cinco momentos característicos de um negócio, a saber: aborta numa fase embrionária; sucumbe antes de dar os primeiros passos; alcança os objetivos; sofre a crise existencial de manter, crescer ou reduzir e desaparece.
Entre a ideia e o desenvolvimento de um negócio podem decorrer umas horas, uns dias, alguns meses ou até mesmo anos. Ao tentar concretizar a ideia o empreendedor deteta algumas inconsistências, limitações ou outros elementos que o levam a desistir da sua implementação. Podendo ser um enorme desgosto abortar nesta fase embrionária, é sem dúvida alguma a fase na qual o empreendedor investiu menos recursos e, como tal, a menos onerosa de todas.
Uma multiplicidade dos negócios ultrapassa a fase embrionária, abre os olhos e chega ao mercado. Os primeiros tempos são cruciais e exigem enorme dedicação, contudo, uma parte relevante não vai chegar a dar os primeiros passos: cerca de 26,8% não alcançará o 1º aniversário e 45,7% não soprará as velas do 2º (médias dos anos 2005 a 2019, calculadas a partir dos dados do INE).
Os líderes dos negócios que sobrevivem a estes primeiros anos de vida e que acreditam estar a ter sucesso devem ter presente que o mercado é um autêntico carrasco: liquida anualmente mais de 13% dos negócios (média das taxas de mortalidade das empresas entre os anos 2004 e 2019, calculadas a partir dos dados do INE).
O grande dilema dos líderes das sociedades que navegam em velocidade de cruzeiro no oceano dos negócios - alcançaram os objetivos inicialmente delineados - é o que fazer para enfrentar o futuro: estar satisfeito com o nível e estabilidade do mesmo ou ceder ao “chamamento” para continuar a crescer e enfrentar novos mares. Sendo as duas opções completamente distintas em termos de requisitos e exigências – capital humano e financeiro e estrutura de organização - qualquer uma delas é válida e sustentável. No caso das que optam pelo crescimento, rapidamente chegam à inevitabilidade de terem de abandonar a lógia de “fazer tudo”, para se suportarem num crescente número de empresas bem mais pequenas, sem as quais terá enormes dificuldades em competir.
Estar satisfeito com o nível e estabilidade do mesmo ou ceder ao “chamamento” para continuar a crescer e enfrentar novos mares?