MANUELA RIBEIRO
Consultora e criadora da metodologia THE CHOICE – service awareness
A Inteligência Artificial e o que nos faz maravilhosamente humanos.
Será que podemos viajar juntos, nesta jornada de uma vida?
xistem frases que lemos em certo momento e que permanecem em nós para sempre. Uma dessas frases é do Vinicius de Moraes “ Essa busca do equilíbrio no fio da navalha.” Referindo-se à caminhada pela vida, no levantar depois de cada queda e na coragem que supera o medo.
É dentro desta perspetiva que eu olho para a Inteligência artificial – um equilíbrio no fio da navalha – a requerer atenção plena na sua utilização, capitalizando os aspetos positivos, sem descurar o que dá verdadeiramente sentido a esta experiência humana.
Antes de escrever este texto fui ver o vídeo THE AI DILLEMA, em que Tristan Harris e Aza Raskin partilham as suas perspetivas técnicas sobre o tema, em termos do potencial de melhoria que esta ferramenta proporciona, mas também alguns impactos negativos que a mesma está a gerar. É neste equilíbrio que entra o fio da navalha – o espaço do fio é muito pequeno, um breve deslize … e o corte é inevitável.
Segmentando a aplicação da IA no campo do Desenvolvimento Pessoal,
naturalmente que serão muitas as possibilidades de crescimento, na medida em que já existem hoje inúmeras apps que permitem:
- Gerar recomendações para determinados temas como, redução de stress, melhorar os níveis de resiliência, entre outros 
- Apresentar insighst, a partir de recolha de dados, que permitem tomar decisões de forma mais eficaz 
- Melhorar a aprendizagem, personalizando conteúdos, estilos e níveis de progresso 
- Perceber tipos de personalidade e padrões de comportamento, bem como criar hábitos e rotinas para trabalhar alguns desses padrões 
- Incentivar para a mudança e criar os planos de trabalho personalizados 
- Desenvolver a inteligência emocional, com recurso a simulações para refinar competências 
- Simular interações semelhantes às humanas 
E muitas outras opções …
No entanto, do outro lado do tema, podemos:
- Perder autonomia humana no processo de decisão – primeiro temos de perguntar à app, se aquela decisão é adequada 
- Criar uma dependência tecnológica extrema e ficar refém, de potenciais enviesamentos de informação 
- Aumentar significativamente os níveis de isolamento social – para quê conversar com um profissional/amigo /familiar? A plataforma está sempre disponível para responder. 
É nesta dualidade que “o equilíbrio no fio da navalha” volta a ser utilizado, no sentido de utilizar:
- A vantagem de um reminder automático, de determinadas tarefas de um plano de melhoria, junto com um gráfico de atingimento de objetivos e um refazer do plano, com as alterações entretanto surgidas
E em simultâneo:
- A partilha com uma outra pessoa, de carater técnico ou pessoal, sobre estes mesmo resultados, a expressão
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
