HUGO GONÇALVES
Executive Coach | Senior Organizational Engineer
Blogger @ www.knowmad.pt
Preferes CONCEITOS ou ESSÊNCIA?
Embora não acredite no QI como “critério” de coisa alguma, compreendo e abraço completamente a metáfora. E o inverso também é verdade, ou seja, quem tiver uma rigidez mental mais acentuada, eventualmente poderá não ter acesso e conectar com visões, possibilidades e oportunidades diferentes.
Uma rápida pesquisa nos meus círculos pessoais e profissionais mostra que a reinvenção está na ordem do dia.
Muitos clientes, colegas e amigos aproveitaram ou ainda estão a aproveitar estes tempos para fazer algum tipo de reinvenção, alterações, saídas da zona de conforto ou dos hábitos.
Isto faz todo o sentido, a partir do momento que estamos a levar um grande abanão a nível pessoal e profissional, e como se costuma dizer, em momentos limites a verdade – sobre nós, sobre o nosso trabalho, vida e contexto, vem ao de cima.
Espetacular. Mas o que queria partilhar contigo é a questão do formato dessa reinvenção.
A nível profissional e das organizações, alguns estão a seguir pela criação desenfreada de novos Conceitos. Outros agarram-se completamente à estratégia de manter a Essência.
Olho com curiosidade e também com dúvidas para esta polarização, porque eu próprio também estou nesse caminho da reinvenção profissional. E acredito que pelo facto de termos dicotomias em tudo na nossa vida, precisamos de Essência e
Conceitos para sermos melhor profissionais e criar as melhores metamorfoses nas nossas organizações.
Vamos então começar pelo racional da coisa:
CONCEITO:
• representação mental, abstrata e geral, de um objeto;
• compreensão que uma pessoa tem de uma palavra; noção, ideia;
• apreciação, juízo e representação simbólica ou visual com um significado geral que abarca toda uma série de objetos que possuem propriedades comuns.
ESSÊNCIA:
• Algo permanente, a natureza individual, real ou definitiva de uma coisa ou pessoa;
• o elemento mais significativo, qualidade ou aspeto de uma coisa ou pessoa;
• um que possui ou exibe uma qualidade em abundância como se existisse em forma concentrada.
Olhando com alguma atenção, o Conceito está mais ligado a representações e interpretações mentais e lógicas. A Essência está associada a algo
mais emocional, visceral e a coisas que nos constituem e que são representativas da nossa individualidade e distinção.
No mundo profissional, das organizações e do business, estamos ainda muito “agarrados” aos Conceitos.
Dos produtos, dos serviços, dos processos, da forma como entregamos valor. Não há restaurante trendy, app ou empresa de serviços que comece a sua apresentação por
“O nosso Conceito é…”
E tudo bem, mas sabes que mais?
Em muitos desses casos deteto algo ainda mais importante e bonito, que é a Essência, ou seja, a forma distinta e apaixonada como esses profissionais vivem o seu trabalho, negócio e ideia como sendo algo que ao mesmo tempo representa quem são como pessoas e o tipo de impactos que desejam criar nos seus e no mundo.
E é pena essa riqueza ficar “abafada” pelo Conceito, proposta de valor e afins.
E faço um disclaimer, eu próprio muitas vezes ponho o Conceito à frente da Essência a nível profissional. Porque eventualmente é a linguagem comum que funciona melhor num mundo organizacional e de negócios que funciona ainda muito pela lógica, sequência, processos, kpis.
Se calhar ainda recorro muito ao