4 de Junho de 2023



Azenha do Pombal




Divulgando o que de melhor se produz em Portugal. Do produtor para o Consumidor!




A azenha do Pombal é uma recente plataforma online que que pretende divulgar e valorizar produtos e produtores agrícolas portugueses que defendam e acreditem na sustentabilidade agrícola, ambiental e social.

Os produtos da loja online da Azenha do Pombal são provenientes de explorações agrícolas onde as boas práticas de segurança alimentar e ambiental são cumpridas.

A grande missão é encurtar todas a cadeia de distribuição minimizando as importações.

Ao comprar produtos portugueses no mercado nacional conseguem-se boas práticas ambientais como a diminuição da pegada carbónica. Na azenha do Pombal podem encontrar frutos secos seus derivados como farinhas e snacks , azeites, mel e outras iguarias que deliciam qualquer um. 

A componente social não é esquecida. A Azenha do Pombal disponibiliza um conjunto de produtos provenientes do M.A.D.I (Movimento de Apoio ao Diminuido Intelectual) em Vila do Conde. Compotas, ervas aromáticas e infusões são produzidos pelos utentes desta instituição e inseridos em cabazes customizados que em épocas festivas são promovidas sempre assentes em convicções sustentáveis que garantem ao consumidor que compra produtos nacionais desde o embalamento até ao seu conteúdo.

A Start & Go esteve à conversa com Filipa Teixeira, uma das empreendedoras que está na origem do Projeto.










S&G - Como surgiu a ideia da Azenha do Pombal?

Filipa Teixeira- A ideia originária da Azenha do Pombal seria apenas o desenvolvimento de uma exploração agrícola que pudesse reabilitar uma propriedade do nosso avô paterno no Concelho da Trofa, freguesia de Alvarelhos. Uma vez que na família sou a única com formação agrícola achamos que deveríamos por as “mãos na Terra” e contribuir para o empreendedorismo na agricultura nacional à nossa pequena escala. Após um estudo de viabilidade económica e também do clima e do local optamos pela instalação de um pomar de citrinos.

Na propriedade onde se insere a plantação, existe uma antiga azenha




copeira que remonta ao século XIX e que, para além da sua função de moagem de cereais para a produção de pão e de broa na freguesia, servia de habitação ao moleiro e sua família. É nossa intenção a recuperação desta construção.

Esta habitação era do nosso avô, conhecido na zona pelo Sr. Maia do Pombal e estava arrendada ao seu caseiro. O nome escolhido para o projeto é uma homenagem ao nosso Querido avô como forma de agradecimento. Não queremos que seja esquecido.

A azenha é considerada património cultural do concelho, constando, inclusive, dos cadernos culturais do Município. Desta forma é também intenção fazer uma valorização e


 preservação do património da freguesia de Alvarelhos. Nota-se que o imóvel, em ruínas, aguarda licença da Câmara Municipal da Trofa para reconstrução.

Com o passar do tempo e com os projetos várias vezes indeferidos para a reconstrução da azenha pelas autoridades competentes, houve algum desânimo e vi-me obrigada a rever todo o projeto uma vez que já tinha investido grande parte de mim na criação desta marca.

Surgiu então a ideia de criar uma loja online em que pudesse fazer a promoção de produtos 100% nacionais que encaixassem na filosofia do que acho que deve ser o nosso caminho: produtos sustentáveis, diferenciadores e 100% nacionais e que posteriormente

 também pudesse fazer a promoção e escoamento dos nossos produtos. Atualmente a loja online conta com mais de 100 referências de produtos. São produzidos cabazes customizados em datas festivas cuja finalidade é servir quem procura oferecer criatividade, diferenciação e produtos nacionais. A loja online da Azenha do Pombal está independente da produção e é um projeto pessoal que está a crescer, mas sempre baseada nos princípios da sustentabilidade e na promoção da agricultura nacional.


S&G - Quais os maiores desafios que sentiram com o arranque do projeto?

FT- Ser agricultor não é fácil e chega mesmo a ser desanimador. Embora a minha formação seja agronomia considero que me faltava a prática no terreno. Após o arranque da plantação sofremos com geadas muito agressivas que levou a que fez com que mais de metade da plantação não resistisse. Fomos obrigados a fazer a replantação de quase todo o pomar. 

No mesmo ano roubam-nos o trator, que felizmente foi recuperado,





e um ataque de cães vadios matou-nos as ovelhas que tínhamos adquirido para controlo da vegetação. Todas estas situações quase nos fizeram “deitar a toalha ao chão”, mas com muita força e resiliência vamo-nos motivando. Tivemos o nosso primeiro ano de produção que conse­guimos escoar na sua totalidade para uma cooperativa agrícola local para abastecimento do mercado nacional.


S&G - Como encaram o futuro do setor agrícola em Portugal?

FT- Portugal é um país pequeno, mas que tem todas as condições para sermos profissionais de excelência no setor.Temos muitos casos de sucesso que deveriam ser mais divulgados e promovidos.

Temos solo, temos clima, temos água! 

Apenas com a cooperação e o associativismo neste setor podere­mos singrar, mas para isso a mentali­dade tem de dar uma volta de 180º.Não podemos olhar para o nosso vizinho como um concorrente, mas como um parceiro de negócio.

A partilha de conhecimento e a junção

 de sinergias é fundamental para o setor.

Vão vingar os que se souberem adaptar às novas tendências da produção, fazendo respeitar o meio ambiente praticando uma agricultura sustentável. O consumo dos produtos da época deve ser também uma prioridade e a estratégia na minha opinião deverá passar pelo incentivo ao consumo local e da época sempre que possível. Integrar áreas diferentes para definir uma estratégia para o setor agroalimentar em Portugal é emergente!


S&G - Que projetos podemos esperar para o futuro?

FT - Gostaríamos muito de ver a nossa Azenha recuperada, o que não depende totalmente na nossa boa vontade para poder potenciar e alicerçar a loja online. O espaço físico será um local onde pretendemos promover tertúlias e workshops para dar continuidade à promoção do que tão bem fazemos permitindo um maior valor acrescentado dos produtos e o acesso de todos a um preço justo quer para o consumidor quer para os produtores.







































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