Alentejo tem crescido acima da média nacional

Possuidora de um capital simbólico, de uma identidade distintiva e de um território dotado de recursos, a região do Alentejo tem vindo a crescer acima da média nacional desde o início deste século.

Fernanda Teixeira
31 de Dezembro de 2019

Em entrevista à ‘Start&Go’, Roberto Pereira Grilo destaca as significativas “transformações do tecido económico regional”, em que a “perda de peso da Agricultura, Florestas e Pescas (15,4 para 9,8%) a favor do setor dos Serviços (de 54,6 para 62,9%), é acompanhada pela quebra ligeira do peso da Indústria na estrutura económica regional (de 30,1 para 27,3%)”.

Salientando que a “escassez de mão-de-obra é já um grande constrangimento”, o presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo, sublinha que a região tem, ainda assim, acompanhado a trajetória da economia portuguesa, com recuperação do ritmo de crescimento nos anos mais recentes”, tendo registado entre 2013 e 2017 uma variação positiva do PIB regional de 16,9%, face aos 14,3% nacionais.


Start&GoAntes de mais, como descreveria o tecido económico do Alentejo no seu todo?


Roberto Grilo – O tecido económico do Alentejo assenta numa estrutura empresarial dominada por pequenas e microempresas maioritariamente associadas à agricultura e ao comércio, garante das necessidades básicas da população. Estes mesmos setores, bem como a indústria transformadora, são responsáveis por mais de metade do pessoal ao serviço das empresas do Alentejo.

O valor acrescentado gerado no Alentejo pelas empresas, tem essencialmente origem na indústria transformadora, e nesta conta o predominante contributo das indústrias alimentares e da fabricação de produtos químicos, bem como a participação significativa do comércio.


A vertente industrial integra algumas médias e grandes empresas, nomeadamente com atividades na envolvente do Porto de Sines, nas áreas de extração de minérios, na transformação do café, na agricultura e agroindústria, na energia e, mais recentemente na aeronáutica.

As empresas evidenciam um nível de investimento em Investigação e Desenvolvimento (I&D) ligeiramente superior à média europeia e nacional, com trajetória de crescimento acentuado nos últimos anos. Destacam-se as áreas associadas à Mobilidade, Espaço e Logística, seguidas dos Recursos Naturais e Ambiente.


A riqueza produzida supera os 12,7 mil milhões de euros e, em 2017, o Alentejo exportou mais de 3 mil milhões de euros, dos quais cerca de 80% destinados ao mercado comunitário, principalmente Espanha, França, Alemanha e Holanda, com uma tendência geral de crescimento nos últimos anos. O Alentejo tem uma dinâmica produtiva agrícola e industrial expressiva (quando comparada com a estrutura produtiva nacional), centrada na agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca e nas indústrias extrativas, setores com evolução positiva nos anos mais recentes.

O perfil da Região nas componentes do Índice Sintético de Desenvolvimento Regional evidencia uma qualidade ambiental superior à média nacional, porém, parâmetros de competitividade e de coesão abaixo dos valores médios nacionais.

 

Start&GoNeste contexto, como tem evoluído a atividade económica na região nos últimos anos?


RG - A evolução de década e meia, no período após o ano 2000, mostra que a Região tem acompanhado a trajetória da economia portuguesa, com recuperação do ritmo de crescimento nos anos mais recentes (entre 2013 e 2017, o PIB do Alentejo aumentou 16,9%, enquanto o PIB nacional aumentava 14,3%).

A evolução da estrutura setorial do VAB (2000-2017) reflete as transformações do tecido económico regional em que a perda de peso da Agricultura, Florestas e Pescas (15,4 para 9,8%) a favor do setor dos Serviços (de 54,6 para 62,9%), é acompanhada pela quebra ligeira do peso da Indústria na estrutura económica regional (de 30,1 para 27,3%) mas em que o VAB Industrial cresce em vários períodos mais rapidamente no Alentejo que no total nacional. Também nos anos mais recentes, a Região conseguiu acelerar a valorização de recursos e ativos relevantes, relacionados com a terra (agricultura) com o património, a cultura e a paisagem (turismo), entre outros. São evidentes as dinâmicas recentes de alteração e diversificação da base económica do Alentejo para atividades mais qualificadas e exigentes, como as atividades aeronáuticas de que Ponte de Sor é um bom exemplo.

O cluster aeronáutico colocou o Alentejo no mapa internacional das indústrias tecnologicamente mais avançadas e, atualmente, o Alentejo integra o grupo restrito de regiões no mundo que regista a presença de empresas de fabricação de aeronaves, com expressão territorial em Évora, Ponte de Sor e Grândola.


Neste processo de transformação da base económica, a Região tem outros vetores de sustentação, neles se incluindo o Parque do Alentejo de Ciência e Tecnologia e a capacidade e vontade de atração de investimento, como mostra a recente decisão de ampliar os espaços para acolher empresas de outros países e com atividades nos domínios das tecnologias, saúde e aeronáutica.


Em termos de competitividade empresarial, a ligação do Porto de Sines a Évora e à fronteira do Caia será estratégica para o Alentejo porque abre portas à maior internacionalização de atividades permitindo reforçar a ligação com os clusters regionais.

 

Falta de recursos humanos é o maior desafio do Alentejo


Start&Go – E relativamente aos setores mais tradicionais como a agricultura e o turismo?


RG – A água do Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva (EFMA) alterou o perfil produtivo da região e são visíveis as alterações no padrão cultural do Alentejo, para culturas mais competitivas e de maior valor acrescentado. Alqueva trouxe novas produções, algumas delas para exportação, nomeadamente, cebola, milho, tomate, pimentos, brócolos, melão, melancia, abóbora, aromáticas e medicinais, citrinos, pera rocha, nectarinas, damascos, uva de mesa, nozes, amêndoas, pistachos, morangos, papoila, romãs, entre outros. Nos vinhos, o Alentejo tem vinhas novas e adegas modernas, tecnologicamente avançadas, planeadas de raiz, ligando a produção à prova, a uva e o vinho, o turismo e o lazer. De uma forma harmoniosa, o Alentejo conseguiu juntar tradição e modernidade, produz vinho em talhas de barro e com nova tecnologia. O Alentejo vende vinhos para cerca de 120 mercados e é a Região portuguesa que exporta mais para fora da Europa.


Esta Região representa mais de metade da superfície nacional de olival e produz mais de 75% do azeite nacional. Neste contexto, é evidente a evolução do mercado do azeite, através da instalação de novos olivais de regadio, com um perfil mais produtivo, melhorias tecnológicas dos lagares e sistemas e processos de processamento.


Já no turismo e lazer, a atividade turística tem registado uma dinâmica positiva e a Região dispõe de ofertas turísticas diferenciadas, nas vertentes da fruição da natureza, cultura, gastronomia, saúde e bem-estar, entre outras. É evidente o crescimento do turismo alicerçado num perfil compósito de recursos que evolui para produtos turísticos inimitáveis na capacidade diferenciadora, com atração de “players” de investimento.


Entre 2014 e 2018 o Alentejo passou de 1,9 milhões para 2,7 milhões de dormidas, numa trajetória sempre ascendente e com taxas de crescimento acima da média nacional. Entre janeiro e setembro de 2019 o Alentejo registou 2,3 milhões de dormidas nos estabelecimentos de alojamento turístico e foi a segunda região nacional com maior taxa de variação.

 

Start&Go – Perante este cenário, quais considera serem os maiores desafios que o tecido económico alentejano enfrenta?


RG - O maior desafio das empresas e da Região é a falta de recursos humanos, não apenas qualificados, mas no sentido mais global da falta de pessoas. A evolução e a estrutura da demografia regional apontam para a grande dificuldade de dar resposta às necessidades da economia e, neste caso, a captação de pessoas assume um carater fundamental no desenvolvimento da Região. A debilidade demográfica tem implicações negativas no desenvolvimento do tecido económico-empresarial e a escassez de mão-de-obra é já um grande constrangimento.


A Região apresenta ainda algumas limitações dos sistemas e redes com potencial de transferência de tecnologia e de aplicação económica do conhecimento. Apesar dos progressos observados, o Sistema Regional de Transferência de Tecnologia (SRTT) ainda é frágil. É essencial consolidar a desejável estratégia de colaboração/cooperação das instituições universitárias e politécnicas da Região e dos centros de investigação e de transferência de conhecimento que gravitam em seu redor seja com o potencial científico e tecnológico da região de Lisboa (capitalizando relações de proximidade), seja ainda com instituições espanholas com disponibilidade e experiência de relacionamento transfronteiriço. Esta questão é transversal a todos os setores.


Procurando fazer o match entre as potencialidades e os desafios, é bom termos presentes a relevância da qualidade ambiental da região e o potencial de aproveitamento relacionado com o capital natural, com a biodiversidade e a paisagem, com os recursos endógenos e o património natural. Também podemos acrescentar a dinâmica territorial e a expressão de vantagens competitivas impulsionadas pelo EFMA, os progressos no aproveitamento mais sustentável dos recursos naturais e a incorporação de aspetos ligados à eficiência no seu uso e reaproveitamento numa lógica de circularidade.


No entanto, muitos destes argumentos de afirmação competitiva poderão estar condicionados pelo desafio identificado com as mudanças climáticas. A representação que o Alentejo tem no mapa dos territórios com situação de seca extrema exige atenção, pode ser mitigada, mas deve ser considerada dada a provável repercussão na agricultura regional. A começar pela questão da água, entre as alterações climáticas e as dinâmicas do regadio e da agro-transformação, que tem associados desafios relacionados com a eficiência da utilização do recurso (incluindo reciclagem), a erosão dos solos e a perda de biodiversidade.

 


Alentejo é uma região de oportunidades


Start&Go – Quais têm sido as principais linhas estratégias de atuação da CCDR Alentejo para a promoção do desenvolvimento económico da região?


RG - Com papel ativo em termos de planeamento e de programação dos principais instrumentos de suporte à estratégia regional, a CCDR é um player relevante para o desenvolvimento da Região. Desde a dinamização de processos, iniciativas e ações de envolvimento dos principais stakeholders regionais até à participação direta no acompanhamento de projetos relevantes para a Região. No passado mais recente a CCDR dinamizou o processo de elaboração do Plano de Ação Regional no horizonte 2020, documento estratégico de suporte aos instrumentos de financiamento, com destaque para o Programa Operacional Regional.

 

Start&Go - Neste contexto, como está a ser dinamizado o empreendedorismo ao nível região e qual tem sido o papel da CCDR Alentejo nesta vertente?


RG - A CCDR é um facilitador do processo de desenvolvimento e, como tal, participa ativamente nas fases de planeamento estratégico e de programação, em estreita colaboração com os stakeholders regionais. Trata-se de duas vertentes complementares assumidas mais diretamente pela CCDR na fase do planeamento e programação e pelo Programa Operacional Regional na fase de implementação e operacionalização. Neste contexto, o Alentejo 2020 dinamiza e apoia a inovação e o empreendedorismo através dos recursos financeiros dos Fundos Comunitários.


No Alentejo, são relevantes os contributos dos Fundos Europeus para o apoio aos fatores de modernização empresarial, nomeadamente nos processos de inovação e empreendedorismo. Como principais instrumentos de suporte à operacionalização dos documentos estratégicos regionais, estes contribuem de forma significativa para a especialização da economia do Alentejo, por via de apoios diretos às empresas para a inovação, qualificação empresarial e internacionalização, ou atuando de forma indireta na envolvente à atividade empresarial.

Contribuindo para uma economia mais competitiva e integrada, foram e continuam a ser importantes os contributos dos Fundos Europeus, nomeadamente associados aos centros e unidades de I&D, aos setores agrícola, agroalimentar e aeronáutico, aos espelhos de água e perímetros de rega.

A importância do Sistema Regional de Transferência de Tecnologia (SRTT) nos processos de descoberta empresarial/empreendedora e da RIS3 como instrumentos de focagem dos investimentos apoiados nos domínios estratégicos da Região.

 

Start&Go - Qual a importância da dinamização do empreendedorismo enquanto solução para potenciar o crescimento económico e inverter os baixos indicadores de desenvolvimento económico e social que afetam o Alentejo?


RG - A transferência de tecnologia e de conhecimento do sistema científico para as empresas é o suporte da inovação e desenvolvimento nos vários sectores. Tem impulsionado a agricultura com novos produtos e novos processos produtivos, onde se inclui a vitivinicultura e o olival, entre outros, a agroindústria e indústrias alimentares ou as atividades do sistema de montado, em particular a produção de cortiça e as pequenas fileiras produtivas.

Nestas vertentes de capacitação regional e de dinamização, direta e indireta, do empreendedorismo, destaque para a implementação do PACT – Parque do Alentejo de Ciência e Tecnologia, enquanto infraestrutura de acolhimento e suporte às iniciativas de promoção e transferência de I&DT no quadro do sistema regional de transferência de tecnologia (SRTT) e da rede de incubadoras que integram também o SRTT.


Em termos de enquadramento das iniciativas empresariais o Alentejo definiu uma Estratégia Regional de Especialização Inteligente (RIS3) que pretende promover a transformação económica do território sustentada no potencial diferenciador e especializado através da canalização de esforços de desenvolvimento económico e de investimentos para os fatores e setores distintivos da Região.


A RIS3 do Alentejo abrange um conjunto de domínios nos quais o Alentejo tem capacidade produtiva e/ou de produção de conhecimento científico e tecnológico, de forma consolidada (“Alimentação e Floresta”, “Economia dos Recursos Minerais, Naturais e Ambientais” e “Património, Indústrias Culturais e Criativas e Serviços de Turismo”) ou emergentes (“Tecnologias Críticas, Energia e Mobilidade Inteligente” e “Tecnologias e Serviços Especializados da Economia Social”).O Programa Operacional Regional Alentejo 2020 apoia as iniciativas e os projetos de empreendedorismo, considerando esta vertente uma das apostas no domínio da competitividade, integrados nos Eixo 1 – Competitividade e Internacionalização das PME e no Eixo 3 – Investigação, Desenvolvimento Tecnológico e Inovação, nos vetores-chave relacionados com a competitividade e internacionalização, direcionadas para atividades e setores com fortes dinâmicas de crescimento.

 

Start&Go - E que áreas de atividade apresentam maior potencial para a criação de novas empresas de base regional?


RG - O Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva como catalisador da modificação do modelo agrícola regional fortaleceu e diversificou o setor agrícola e acrescentou inovação e valor aos produtos regionais. O aumento considerável da área de regadio proporciona condições favoráveis para reforçar o peso da agricultura, com destaque para a valorização das capacidades de transformação agroalimentar geradas pelo aproveitamento produtivo dos Perímetros de Rega. Nesse sentido, a envolvente de Alqueva constitui um espaço destacado, quer pelo efeito na expansão desta infraestrutura hidroagrícola de suporte à modernização da agricultura da sub-região, quer pela sua atratividade sobre as atividades turísticas, quer ainda pelas diversas potencialidades criadas pelo novo lago e pela sua relação de proximidade com as cidades de Évora e Beja.

Destaque também para alguns recursos únicos, incluindo a pedra natural e os minerais metálicos que constituem oportunidades económicas a aprofundar.

 

Alentejo tem margem de progressão e de negócios no setor do turismo


Start&Go – E para além do setor primário?


RG - O Alentejo tem também potencial para responder ao crescimento esperado da procura de energias renováveis por motivos de limitação de oferta de combustíveis fósseis e por razões ambientais. Nesse contexto é de notar que em 2017 a Região do Alentejo foi responsável por 35% da produção fotovoltaica nacional.


Com padrões de qualidade ambiental inimitáveis e recursos diferenciados, o Alentejo tem todas as condições para responder aos desafios do futuro em termos de maior sustentabilidade, circularidade e responsabilidade social. Pela disponibilidade de recursos, o Alentejo tem vantagens competitivas para a instalação de unidades de geração de energia baseadas em fontes renováveis (energia hídrica, de energia solar térmica, de energia solar foto voltaica, dos biocombustíveis), promovendo a produção de energia elétrica limpa, sem emissões de CO2. E também com potencial de desenvolvimento futuro, os investimentos na energia fotovoltaica e nos domínios agrícola e agroalimentar para os quais o Alentejo tem os recursos e ativos que podem fazer a diferença no momento de decidir o local do investimento. 


Nestas vertentes de maior atratividade, igualmente importante a estruturação do Cluster Aeronáutica, Espaço e Defesa com componentes produtivas (aeronaves tripuladas e não tripuladas - drones e peças acessórias) e de formação de vários segmentos profissionais com procura crescente. O aeroporto de Beja tem potencial e perspetivas para funções diretamente associadas à mobilidade aérea e atividades complementares orientadas para as vertentes de manutenção e outros serviços de apoio.

 

Start&Go – O turismo é já um setor de grande relevância para a região. Que oportunidades ainda podem ser exploradas a este nível?


RG –No turismo, o Alentejo tem margem de progressão e de negócios, relacionados com a complementaridade da oferta, a incorporação dos ativos diferenciadores nos pacotes de ofertas turísticas, a orientação das atividades para a experiência local, juntando a cultura com o património, com as indústrias culturais e criativas, a animação turística e a fruição do território (o Alentejo tem o céu mais escuro com as estrelas mais brilhantes).

As amenidades dos espaços rurais, que relevam um conjunto de recursos e oportunidades da sua fruição, podem impulsionar novas atividades de desenvolvimento territorial e de criação de emprego, seja no domínio agrícola, seja em qualquer outra atividade económica, mesmo nas relacionadas com as tecnologias de informação e comunicação.


Para além disso, o Alentejo conta com 170 km de zona costeira das mais preservadas da Europa e esta frente marítima tem um significativo e diversificado potencial para desenvolver atividades novas e emergentes e socialmente necessárias a nível mundial como a produção de energia, a biotecnologia, bem como na investigação e exploração de novas alternativas no mundo da alimentação, medicina, transportes, turismo, saúde, entre muitos outros.

 

Start&Go – Perante este contexto, que argumentos utilizaria para demonstrar a um potencial empreendedor que vale a pena arriscar e apostar no Alentejo?


RG - Com uma posição de charneira no espaço nacional, ibérico, europeu e mundial, o Alentejo é um território descongestionado, preservado e seguro, com uma história marcada pelo rico património e cultura que lhe conferem identidade e autenticidade.

Território com história e em processo de transformação, o Alentejo é uma região de oportunidades, devido ao posicionamento geoestratégico na relação entre a fachada atlântica e a fronteira, com proximidade à AM Lisboa, à dotação de infraestruturas de logística e transporte marítimo de escala internacional, às amenidades urbano-ambientais do território, incluindo uma rede de cidades médias com centros históricos de qualidade, aos recursos naturais do solo e subsolo, com tradição renovada de aproveitamento económico e às fileiras de especialização económico-produtiva com capacidade exportadora (recursos minerais, montado de sobro, agroalimentar, aeronáutica, produtos turísticos).


Em termos de posicionamento geoestratégico, a relação de proximidade com Área Metropolitana de Lisboa (AML), dá condições objetivas ao Alentejo de assumir uma posição relevante no âmbito das relações económicas à escala global, para as quais muito contribui também a modernização da ligação ferroviária a Madrid e ao centro da Europa.


Em Sines a Região dispõe de uma plataforma industrial e logística no cruzamento de grandes rotas mundiais do transporte marítimo. A componente de acolhimento e instalação de empresas integra uma rede de estruturas logísticas e de desenvolvimento empresarial, numa lógica de proximidade com as instituições de Ensino Superior, o que permite aumentar os recursos regionais de investigação e desenvolvimento tecnológico, responder às necessidades tecnológicas e estimular oportunidades de inovação.


Nos fatores de afirmação, destaque para a existência de recursos endógenos diferenciadores, valores naturais e paisagísticos que suportam uma qualidade ambiental de excelência e, com uma relevância cada vez maior a nível global, o facto do Alentejo ser um território seguro.

No Alentejo, merece referência principal a existência de recursos e ativos naturais do solo e subsolo, com tradição renovada de aproveitamento económico, relacionados com o aproveitamento agrícola e agroalimentar, de recursos geológicos e minerais. A maior disponibilidade de água veio potenciar novas dinâmicas relacionadas com os sectores da agricultura, da energia e do turismo e lazer.

Para terminar, e em termos de enquadramento e apoio a projetos de investimento, o Alentejo tem uma Estratégia Regional de Especialização Inteligente (RIS3) e o Programa Operacional Alentejo 2020 dispõe de incentivos para as iniciativas relacionadas com a inovação e o empreendedorismo.


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