Em entrevista à ‘Start&Go’, Roberto
Pereira Grilo destaca as significativas “transformações do tecido económico regional”, em que a “perda
de peso da Agricultura, Florestas e Pescas (15,4 para 9,8%) a favor do setor dos
Serviços (de 54,6 para 62,9%), é acompanhada pela quebra ligeira do peso da
Indústria na estrutura económica regional (de 30,1 para 27,3%)”.
Salientando que a “escassez de mão-de-obra é já um grande constrangimento”,
o presidente
da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo, sublinha que
a região tem, ainda assim, acompanhado a trajetória da economia portuguesa, com
recuperação do ritmo de crescimento nos anos mais recentes”, tendo registado entre
2013 e 2017 uma variação positiva do PIB regional de 16,9%, face aos 14,3%
nacionais.
Start&Go – Antes
de mais, como descreveria o tecido económico do Alentejo no seu todo?
Roberto
Grilo – O tecido económico do Alentejo assenta numa estrutura empresarial dominada
por pequenas e microempresas maioritariamente associadas à agricultura e ao
comércio, garante das necessidades básicas da população. Estes mesmos setores,
bem como a indústria transformadora, são responsáveis por mais de metade do
pessoal ao serviço das empresas do Alentejo.
O valor
acrescentado gerado no Alentejo pelas empresas, tem essencialmente origem na
indústria transformadora, e nesta conta o predominante contributo das
indústrias alimentares e da fabricação de produtos químicos, bem como a
participação significativa do comércio.
A vertente
industrial integra algumas médias e grandes empresas, nomeadamente com
atividades na envolvente do Porto de Sines, nas áreas de extração de minérios,
na transformação do café, na agricultura e agroindústria, na energia e, mais
recentemente na aeronáutica.
As empresas
evidenciam um nível de investimento em Investigação e Desenvolvimento (I&D)
ligeiramente superior à média europeia e nacional, com trajetória de
crescimento acentuado nos últimos anos. Destacam-se as áreas associadas à
Mobilidade, Espaço e Logística, seguidas dos Recursos Naturais e Ambiente.
A riqueza
produzida supera os 12,7 mil milhões de euros e, em 2017, o Alentejo exportou
mais de 3 mil milhões de euros, dos quais cerca de 80% destinados ao mercado
comunitário, principalmente Espanha, França, Alemanha e Holanda, com uma
tendência geral de crescimento nos últimos anos. O Alentejo tem uma dinâmica
produtiva agrícola e industrial expressiva (quando comparada com a estrutura
produtiva nacional), centrada na agricultura, produção animal, caça, floresta e
pesca e nas indústrias extrativas, setores com evolução positiva nos anos mais
recentes.
O perfil da
Região nas componentes do Índice Sintético de Desenvolvimento Regional
evidencia uma qualidade ambiental superior à média nacional, porém, parâmetros
de competitividade e de coesão abaixo dos valores médios nacionais.
Start&Go – Neste
contexto, como tem evoluído a atividade económica na região nos últimos anos?
RG - A evolução de
década e meia, no período após o ano 2000, mostra que a Região tem acompanhado
a trajetória da economia portuguesa, com recuperação do ritmo de crescimento
nos anos mais recentes (entre 2013 e 2017, o PIB do Alentejo aumentou 16,9%,
enquanto o PIB nacional aumentava 14,3%).
A evolução da estrutura setorial do VAB (2000-2017) reflete as transformações do tecido económico regional em que a perda de peso da Agricultura, Florestas e Pescas (15,4 para 9,8%) a favor do setor dos Serviços (de 54,6 para 62,9%), é acompanhada pela quebra ligeira do peso da Indústria na estrutura económica regional (de 30,1 para 27,3%) mas em que o VAB Industrial cresce em vários períodos mais rapidamente no Alentejo que no total nacional. Também nos anos mais recentes, a Região conseguiu acelerar a valorização de recursos e ativos relevantes, relacionados com a terra (agricultura) com o património, a cultura e a paisagem (turismo), entre outros. São evidentes as dinâmicas recentes de alteração e diversificação da base económica do Alentejo para atividades mais qualificadas e exigentes, como as atividades aeronáuticas de que Ponte de Sor é um bom exemplo.
O cluster
aeronáutico colocou o Alentejo no mapa internacional das indústrias
tecnologicamente mais avançadas e, atualmente, o Alentejo integra o grupo
restrito de regiões no mundo que regista a presença de empresas de fabricação
de aeronaves, com expressão territorial em Évora, Ponte de Sor e Grândola.
Neste processo de
transformação da base económica, a Região tem outros vetores de sustentação,
neles se incluindo o Parque do Alentejo de Ciência e Tecnologia e a capacidade
e vontade de atração de investimento, como mostra a recente decisão de ampliar
os espaços para acolher empresas de outros países e com atividades nos domínios
das tecnologias, saúde e aeronáutica.
Em termos de
competitividade empresarial, a ligação do Porto de Sines a Évora e à fronteira
do Caia será estratégica para o Alentejo porque abre portas à maior
internacionalização de atividades permitindo reforçar a ligação com os clusters
regionais.
Falta de recursos humanos é o maior desafio do Alentejo
Start&Go – E relativamente aos setores mais tradicionais como
a agricultura e o turismo?
RG – A água do Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva (EFMA) alterou o perfil produtivo da região e são visíveis as alterações no padrão cultural do Alentejo, para culturas mais competitivas e de maior valor acrescentado. Alqueva trouxe novas produções, algumas delas para exportação, nomeadamente, cebola, milho, tomate, pimentos, brócolos, melão, melancia, abóbora, aromáticas e medicinais, citrinos, pera rocha, nectarinas, damascos, uva de mesa, nozes, amêndoas, pistachos, morangos, papoila, romãs, entre outros. Nos vinhos, o Alentejo tem vinhas novas e adegas modernas, tecnologicamente avançadas, planeadas de raiz, ligando a produção à prova, a uva e o vinho, o turismo e o lazer. De uma forma harmoniosa, o Alentejo conseguiu juntar tradição e modernidade, produz vinho em talhas de barro e com nova tecnologia. O Alentejo vende vinhos para cerca de 120 mercados e é a Região portuguesa que exporta mais para fora da Europa.
Esta Região
representa mais de metade da superfície nacional de olival e produz mais de 75%
do azeite nacional. Neste contexto, é evidente a evolução do mercado do azeite,
através da instalação de novos olivais de regadio, com um perfil mais
produtivo, melhorias tecnológicas dos lagares e sistemas e processos de
processamento.
Já no turismo e
lazer, a atividade turística tem registado uma dinâmica positiva e a Região
dispõe de ofertas turísticas diferenciadas, nas vertentes da fruição da
natureza, cultura, gastronomia, saúde e bem-estar, entre outras. É evidente o
crescimento do turismo alicerçado num perfil compósito de recursos que evolui
para produtos turísticos inimitáveis na capacidade diferenciadora, com atração
de “players” de investimento.
Entre 2014 e 2018
o Alentejo passou de 1,9 milhões para 2,7 milhões de dormidas, numa trajetória
sempre ascendente e com taxas de crescimento acima da média nacional. Entre
janeiro e setembro de 2019 o Alentejo registou 2,3 milhões de dormidas nos
estabelecimentos de alojamento turístico e foi a segunda região nacional com
maior taxa de variação.
Start&Go – Perante este cenário, quais
considera serem os maiores desafios que o tecido económico alentejano enfrenta?
RG - O maior
desafio das empresas e da Região é a falta de recursos humanos, não apenas
qualificados, mas no sentido mais global da falta de pessoas. A evolução e a
estrutura da demografia regional apontam para a grande dificuldade de dar
resposta às necessidades da economia e, neste caso, a captação de pessoas
assume um carater fundamental no desenvolvimento da Região. A debilidade
demográfica tem implicações negativas no desenvolvimento do tecido
económico-empresarial e a escassez de mão-de-obra é já um grande
constrangimento.
A Região
apresenta ainda algumas limitações dos sistemas e redes com potencial de
transferência de tecnologia e de aplicação económica do conhecimento. Apesar
dos progressos observados, o Sistema Regional de Transferência de Tecnologia
(SRTT) ainda é frágil. É essencial consolidar a desejável estratégia de
colaboração/cooperação das instituições universitárias e politécnicas da Região
e dos centros de investigação e de transferência de conhecimento que gravitam
em seu redor seja com o potencial científico e tecnológico da região de Lisboa
(capitalizando relações de proximidade), seja ainda com instituições espanholas
com disponibilidade e experiência de relacionamento transfronteiriço. Esta
questão é transversal a todos os setores.
Procurando fazer o match entre as potencialidades e os desafios, é bom termos presentes a relevância da qualidade ambiental da região e o potencial de aproveitamento relacionado com o capital natural, com a biodiversidade e a paisagem, com os recursos endógenos e o património natural. Também podemos acrescentar a dinâmica territorial e a expressão de vantagens competitivas impulsionadas pelo EFMA, os progressos no aproveitamento mais sustentável dos recursos naturais e a incorporação de aspetos ligados à eficiência no seu uso e reaproveitamento numa lógica de circularidade.
No entanto, muitos destes argumentos de afirmação competitiva poderão estar condicionados pelo desafio identificado com as mudanças climáticas. A representação que o Alentejo tem no mapa dos territórios com situação de seca extrema exige atenção, pode ser mitigada, mas deve ser considerada dada a provável repercussão na agricultura regional. A começar pela questão da água, entre as alterações climáticas e as dinâmicas do regadio e da agro-transformação, que tem associados desafios relacionados com a eficiência da utilização do recurso (incluindo reciclagem), a erosão dos solos e a perda de biodiversidade.
Alentejo é uma região de oportunidades
Start&Go – Quais têm sido
as principais linhas estratégias de atuação da CCDR Alentejo para a promoção do
desenvolvimento económico da região?
RG - Com papel ativo
em termos de planeamento e de programação dos principais instrumentos de
suporte à estratégia regional, a CCDR é um player
relevante para o desenvolvimento da Região. Desde a dinamização de processos,
iniciativas e ações de envolvimento dos principais stakeholders regionais até à participação direta no acompanhamento
de projetos relevantes para a Região. No passado mais recente a CCDR dinamizou
o processo de elaboração do Plano de Ação Regional no horizonte 2020, documento
estratégico de suporte aos instrumentos de financiamento, com destaque para o
Programa Operacional Regional.
Start&Go - Neste contexto, como está a
ser dinamizado o empreendedorismo ao nível região e qual tem sido o papel da
CCDR Alentejo nesta vertente?
RG - A CCDR é um
facilitador do processo de desenvolvimento e, como tal, participa ativamente
nas fases de planeamento estratégico e de programação, em estreita colaboração
com os stakeholders regionais.
Trata-se de duas vertentes complementares assumidas mais diretamente pela CCDR
na fase do planeamento e programação e pelo Programa Operacional Regional na
fase de implementação e operacionalização. Neste contexto, o Alentejo 2020
dinamiza e apoia a inovação e o empreendedorismo através dos recursos
financeiros dos Fundos Comunitários.
No Alentejo, são
relevantes os contributos dos Fundos Europeus para o apoio aos fatores de
modernização empresarial, nomeadamente nos processos de inovação e
empreendedorismo. Como principais instrumentos de suporte à operacionalização
dos documentos estratégicos regionais, estes contribuem de forma significativa
para a especialização da economia do Alentejo, por via de apoios diretos às
empresas para a inovação, qualificação empresarial e internacionalização, ou
atuando de forma indireta na envolvente à atividade empresarial.
Contribuindo para
uma economia mais competitiva e integrada, foram e continuam a ser importantes
os contributos dos Fundos Europeus, nomeadamente associados aos centros e
unidades de I&D, aos setores agrícola, agroalimentar e aeronáutico, aos
espelhos de água e perímetros de rega.
A importância do
Sistema Regional de Transferência de Tecnologia (SRTT) nos processos de
descoberta empresarial/empreendedora e da RIS3 como instrumentos de focagem dos
investimentos apoiados nos domínios estratégicos da Região.
Start&Go - Qual a importância da
dinamização do empreendedorismo enquanto solução para potenciar o crescimento
económico e inverter os baixos indicadores de desenvolvimento económico e
social que afetam o Alentejo?
RG - A transferência
de tecnologia e de conhecimento do sistema científico para as empresas é o
suporte da inovação e desenvolvimento nos vários sectores. Tem impulsionado a
agricultura com novos produtos e novos processos produtivos, onde se inclui a
vitivinicultura e o olival, entre outros, a agroindústria e indústrias
alimentares ou as atividades do sistema de montado, em particular a produção de
cortiça e as pequenas fileiras produtivas.
Nestas vertentes
de capacitação regional e de dinamização, direta e indireta, do
empreendedorismo, destaque para a implementação do PACT – Parque do Alentejo de
Ciência e Tecnologia, enquanto infraestrutura de acolhimento e suporte às
iniciativas de promoção e transferência de I&DT no quadro do sistema
regional de transferência de tecnologia (SRTT) e da rede de incubadoras que
integram também o SRTT.
Em termos de
enquadramento das iniciativas empresariais o Alentejo definiu uma Estratégia
Regional de Especialização Inteligente (RIS3) que pretende promover a
transformação económica do território sustentada no potencial diferenciador e
especializado através da canalização de esforços de desenvolvimento económico e
de investimentos para os fatores e setores distintivos da Região.
A RIS3 do Alentejo abrange um conjunto de domínios nos quais o Alentejo tem capacidade produtiva e/ou de produção de conhecimento científico e tecnológico, de forma consolidada (“Alimentação e Floresta”, “Economia dos Recursos Minerais, Naturais e Ambientais” e “Património, Indústrias Culturais e Criativas e Serviços de Turismo”) ou emergentes (“Tecnologias Críticas, Energia e Mobilidade Inteligente” e “Tecnologias e Serviços Especializados da Economia Social”).O Programa Operacional Regional Alentejo 2020 apoia as iniciativas e os projetos de empreendedorismo, considerando esta vertente uma das apostas no domínio da competitividade, integrados nos Eixo 1 – Competitividade e Internacionalização das PME e no Eixo 3 – Investigação, Desenvolvimento Tecnológico e Inovação, nos vetores-chave relacionados com a competitividade e internacionalização, direcionadas para atividades e setores com fortes dinâmicas de crescimento.
Start&Go - E que áreas de atividade
apresentam maior potencial para a criação de novas empresas de base regional?
RG - O Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva como catalisador da modificação do modelo agrícola regional fortaleceu e diversificou o setor agrícola e acrescentou inovação e valor aos produtos regionais. O aumento considerável da área de regadio proporciona condições favoráveis para reforçar o peso da agricultura, com destaque para a valorização das capacidades de transformação agroalimentar geradas pelo aproveitamento produtivo dos Perímetros de Rega. Nesse sentido, a envolvente de Alqueva constitui um espaço destacado, quer pelo efeito na expansão desta infraestrutura hidroagrícola de suporte à modernização da agricultura da sub-região, quer pela sua atratividade sobre as atividades turísticas, quer ainda pelas diversas potencialidades criadas pelo novo lago e pela sua relação de proximidade com as cidades de Évora e Beja.
Destaque também
para alguns recursos únicos, incluindo a pedra natural e os minerais metálicos
que constituem oportunidades económicas a aprofundar.
Alentejo tem margem de progressão e de negócios no setor do turismo
Start&Go – E para além do setor primário?
RG - O Alentejo tem
também potencial para responder ao crescimento esperado da procura de energias
renováveis por motivos de limitação de oferta de combustíveis fósseis e por
razões ambientais. Nesse contexto é de notar que em 2017 a Região do Alentejo
foi responsável por 35% da produção fotovoltaica nacional.
Com padrões de qualidade ambiental inimitáveis e recursos diferenciados, o Alentejo tem todas as condições para responder aos desafios do futuro em termos de maior sustentabilidade, circularidade e responsabilidade social. Pela disponibilidade de recursos, o Alentejo tem vantagens competitivas para a instalação de unidades de geração de energia baseadas em fontes renováveis (energia hídrica, de energia solar térmica, de energia solar foto voltaica, dos biocombustíveis), promovendo a produção de energia elétrica limpa, sem emissões de CO2. E também com potencial de desenvolvimento futuro, os investimentos na energia fotovoltaica e nos domínios agrícola e agroalimentar para os quais o Alentejo tem os recursos e ativos que podem fazer a diferença no momento de decidir o local do investimento.
Nestas vertentes de maior atratividade, igualmente importante a estruturação do Cluster Aeronáutica, Espaço e Defesa com componentes produtivas (aeronaves tripuladas e não tripuladas - drones e peças acessórias) e de formação de vários segmentos profissionais com procura crescente. O aeroporto de Beja tem potencial e perspetivas para funções diretamente associadas à mobilidade aérea e atividades complementares orientadas para as vertentes de manutenção e outros serviços de apoio.
Start&Go – O turismo é já um setor de grande relevância para a
região. Que oportunidades ainda podem ser exploradas a este nível?
RG –No turismo, o
Alentejo tem margem de progressão e de negócios, relacionados com a
complementaridade da oferta, a incorporação dos ativos diferenciadores nos
pacotes de ofertas turísticas, a orientação das atividades para a experiência
local, juntando a cultura com o património, com as indústrias culturais e criativas,
a animação turística e a fruição do território (o Alentejo tem o céu mais
escuro com as estrelas mais brilhantes).
As amenidades dos
espaços rurais, que relevam um conjunto de recursos e oportunidades da sua
fruição, podem impulsionar novas atividades de desenvolvimento territorial e de
criação de emprego, seja no domínio agrícola, seja em qualquer outra atividade
económica, mesmo nas relacionadas com as tecnologias de informação e
comunicação.
Para além disso,
o Alentejo conta com 170 km de zona costeira das mais preservadas da Europa e
esta frente marítima tem um significativo e diversificado potencial para
desenvolver atividades novas e emergentes e socialmente necessárias a nível
mundial como a produção de energia, a biotecnologia, bem como na investigação e
exploração de novas alternativas no mundo da alimentação, medicina,
transportes, turismo, saúde, entre muitos outros.
Start&Go – Perante este contexto, que
argumentos utilizaria para demonstrar a um potencial empreendedor que vale a pena
arriscar e apostar no Alentejo?
RG - Com uma posição
de charneira no espaço nacional, ibérico, europeu e mundial, o Alentejo é um
território descongestionado, preservado e seguro, com uma história marcada pelo
rico património e cultura que lhe conferem identidade e autenticidade.
Território com
história e em processo de transformação, o Alentejo é uma região de
oportunidades, devido ao posicionamento geoestratégico na relação entre a
fachada atlântica e a fronteira, com proximidade à AM Lisboa, à dotação de infraestruturas
de logística e transporte marítimo de escala internacional, às amenidades
urbano-ambientais do território, incluindo uma rede de cidades médias com
centros históricos de qualidade, aos recursos naturais do solo e subsolo, com
tradição renovada de aproveitamento económico e às fileiras de especialização
económico-produtiva com capacidade exportadora (recursos minerais, montado de
sobro, agroalimentar, aeronáutica, produtos turísticos).
Em termos de
posicionamento geoestratégico, a relação de proximidade com Área Metropolitana
de Lisboa (AML), dá condições objetivas ao Alentejo de assumir uma posição
relevante no âmbito das relações económicas à escala global, para as quais
muito contribui também a modernização da ligação ferroviária a Madrid e ao
centro da Europa.
Em Sines a Região
dispõe de uma plataforma industrial e logística no cruzamento de grandes rotas
mundiais do transporte marítimo. A componente de acolhimento e instalação de
empresas integra uma rede de estruturas logísticas e de desenvolvimento
empresarial, numa lógica de proximidade com as instituições de Ensino Superior,
o que permite aumentar os recursos regionais de investigação e desenvolvimento
tecnológico, responder às necessidades tecnológicas e estimular oportunidades
de inovação.
Nos fatores de
afirmação, destaque para a existência de recursos endógenos diferenciadores,
valores naturais e paisagísticos que suportam uma qualidade ambiental de
excelência e, com uma relevância cada vez maior a nível global, o facto do
Alentejo ser um território seguro.
No Alentejo,
merece referência principal a existência de recursos e ativos naturais do solo
e subsolo, com tradição renovada de aproveitamento económico, relacionados com
o aproveitamento agrícola e agroalimentar, de recursos geológicos e minerais. A
maior disponibilidade de água veio potenciar novas dinâmicas relacionadas com
os sectores da agricultura, da energia e do turismo e lazer.
Para terminar, e
em termos de enquadramento e apoio a projetos de investimento, o Alentejo tem
uma Estratégia Regional de Especialização Inteligente (RIS3) e o Programa
Operacional Alentejo 2020 dispõe de incentivos para as iniciativas relacionadas
com a inovação e o empreendedorismo.